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Mostrando postagens de maio 15, 2011

A ciência da revolta, versão minimalista

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Por que as pessoas se rebelam? E por que se rebelam em certos momentos, e não em outros? Exceto em circunstâncias muito específicas, levantar-se contra o poder estabelecido parece ser, ao menos numa análise desapaixonada, uma péssima ideia: os rebeldes não só arriscam suas vidas e as de suas famílias, como ainda correm o risco de, em caso de sucesso, ver a ordem que se esforçaram para derrubar substituída por outra ainda pior. A despeito de todos os riscos e contraindicações, no entanto, revoltas e revoluções continuam a acontecer, ou deixar de acontecer, de uma forma que desafia as previsões dos teóricos (como os acadêmicos marxistas que construíram carreiras inteiras tentando explicar a embaraçosa ausência de la revolución  bem sabem). Numa tentativa de compreender melhor o fenômeno, pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, decidiram adotar uma abordagem minimalista e estudar detalhadamente os fatores envolvidos nos motins a bordo de navios da Marinha Britânica entre

Dia Internacional de Desenhar Maomé

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Acima, minha humilde colaboração para marcar a data .

Instalado o mais ambicioso instrumento da ISS

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A Nasa informa que o Espectrômetro Alfa-Magnético (AMS, para os íntimos -- a na foto acima, aparece dentro do compartimento de carga do Endeavour) foi instalado com sucesso na Estação Espacial Internacional. O AMS é principal a razão -- para além das dificuldades técnicas que sempre atrapalham os lançamentos de ônibus espaciais -- pela qual a frota de naves tripuladas da Nasa não se aposentou de vez no ano passado. Quando o presidente Obama decidiu que a ISS ficaria no espaço até 2020, pelo menos (em vez de ser "desorbitada" em 2015, como queria a adminsitração Bush) os cientistas pediram pelamordedeus  para que o voo final do Endevaour fosse postergado até que o AMS sofresse os ajustes necessários para aproveitar a oportunidade de cinco anos a mais no espaço, e fosse posto em condições de trabalhar por uma década. O AMS -- na verdade, AMS-2; o AMS-1 voou no compartimento de carga do Discovery em 1998 -- usará um intenso campo magnético para desviar a trajetória de partí

Calote digital e a natureza humana

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Não sei quantas pessoas, aqui no Brasil, já ouviram falar num website chamado prosper.com, onde pessoas (na verdade, apenas residentes de cerca de 25 Estados norte-americanos) podem fechar negócios de empréstimo de dinheiro entre si, sem precisar recorrer a bancos ou financeiras. Funciona assim: um usuário - que faz login na categoria "quero tomar emprestado" - cadastra suas necessidades monetárias, que vão parar numa lista;  outro - que faz login na categoria "quero emprestar" - tem acesso à lista, decide quem parece mais merecedor de empréstimo. Uma taxa de juros é calculada pelo sistema, o tomador recebe o dinheiro e então faz pagamentos mensais ao emprestador. Pondo de lado o aspecto econômico do sistema e seus possíveis impactos no mercado financeiro tradicional (é curioso imaginar o que algo do tipo faria com os juros praticados, por exemplo, no Brasil), as interações no prosper.com chamaram a atenção por outro motivo: trata-se, afinal, de uma espécie de r

Certo e errado na língua portuguesa

Parece que a elite jornalística brasileira descobriu, na semana passada, que os professores de língua portuguesa não se referem mais a formas "certas" ou "erradas" de emprego do idioma, e sim a formas "adequadas" e "inadequadas". O que é engraçado, porque eu me lembro de que, em minhas primeiras aulas de gramática de ensino médio, lá se vão 25 anos, as coisas já eram assim.  Lembro-me até de como o professor introduziu o assunto, exemplificando que, embora uma forma como "É nóis aí, bróder", possa ser útil na pelada de fim de semana, chamar o pai da namorada de "mermão" poderia prejudicar as chances de sucesso do romance. Enfim, se a coisa é ensinada dessa forma há 25 anos (pelo menos), por que o escândalo agora? Os jornalistas em atividade hoje não fizeram ensino médio? Fizeram e esqueceram? Faltaram nessa aula? Se deixaram os bancos escolares em eras ainda mais remotas, nunca prestaram atenção nas lições que seus filho