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Mostrando postagens de julho 3, 2016

O estilo paranoico na política brasileira

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"Como podemos explicar nossa situação atual, a menos que creiamos que homens em altas posições deste governo estão concertados para nos levar ao desastre? Isto deve ser o produto de uma grande conspiração, numa escala tão imensa que apequena qualquer outra empreitada do tipo na história da humanidade" . As aspas acima não são de Marilena Chauí ou de Olavo de Carvalho , mas de Joseph McCarthy (1908-1957), senador americano eleito pelo Estado de Wisconsin e famoso (ou infame) por ter desencadeado a onda paranoica de "caça aos comunistas" que varreu os Estados Unidos durante a década de 50, e cujos métodos seriam, segundo a professora Chauí, a inspiração da Operação Lava-Jato. Esse trecho específico de uma fala de McCarthy é citado no hoje clássico artigo  The Paranoid Style in American Politics ("O Estilo Paranoico na Política Americana"), publicado pelo historiador Richard Hofstadter na revista Harper's em 1964. "A política americana tem fr

Por Júpiter!

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E a sonda Juno, da Nasa, está em órbita de Júpiter! Esta é apenas a segunda missão espacial a entrar em órbita do planeta gigante, o maior do sistema solar. A primeira foi a Galileu, que ficou 14 anos, de 1989 a 2003, navegando entre Júpiter e suas luas. Antes disso, o planeta gigante já havia sido visitado, de passagem, pelas duas sondas Voyager, em 1979 (a imagem da Grande Mancha Vermelha de Júpiter, nesta postagem, veio da Voyager 1) . Diferentemente da Galileu, que produziu alguns de seus resultados mais espetaculares estudando os satélites de Júpiter -- por exemplo, a sonda obteve boa parte dos dados que sugerem a presença de um oceano na lua Europa -- Juno vai se dedicar exclusivamente ao planeta gigante, principalmente a sua composição, campo magnético e gravitacional. Como diz o material divulgado pela Nasa: "O objetivo principal da Juno é revelar a história da formação e evolução de Júpiter. A nave observará os campos gravitacional e magnético do planeta, a dinâmica

Preservar a floresta. Que floresta?

O desmatamento costuma ser apontado como o principal responsável pela perda de biodiversidade na Amazônia, mas a perturbação que os seres humanos causam na floresta, mesmo sem derrubá-la – por exemplo, por meio do corte seletivo de árvores, do parcelamento de áreas, de incêndios florestais – pode ser tão danosa para a ecologia quanto a remoção pura e simples da mata, afirma artigo publicado na revista Nature . O trabalho, realizado no Estado do Pará e que envolveu cientistas de diversos países, com forte presença de pesquisadores brasileiros, mostrou que estimativas de impacto na biodiversidade que levam em conta apenas o desmate, sem considerar as perturbações, podem subestimar os efeitos negativos em mais de 90%. Em artigo de análise publicado na mesma edição da Nature , o pesquisador britânico David P. Edwards, da Universidade Sheffield, afirma que “os resultados sublinham a necessidade de uma mudança de passo na conservação florestal, com muito maior ênfase na saúde da floresta pre