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Mostrando postagens de agosto 19, 2012

Big Bang, questão de fé?

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Existe um argumento que volta e meia aparece reciclado em discussões online -- mais recentemente, encontrei-o no twitter, que é uma plafatorma exasperante para discutir esse tipo de coisa, já que lá todo raciocínio se reduz a uma sucessão de slogans -- que é o da boa e velha "fé na ciência". Ele assume diversas formas e, como costuma acontecer, se presta a diversos tipos de prestidigitação semântica. A linha geral, por trás da maioria dessas formas, é a de estabelecer uma espécie de situação de terra arrasada: eu acredito na minha ciência, você acredita no seu deus, e nenhuma crença é melhor ou pior que a outra, porque, no fundo, todas se baseiam em fé. O problema começa já na hora de definir o que "fé" quer dizer neste contexto -- seria confiança? crença pura e simples? ou crença irracional? Tomando "confiança" como exemplo, a situação se agrava quando tentamos definir o que se quer dizer com "confio na ciência". Isso pode significar,

Tarzan do Macacos, um livro de 100 anos

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Entre as várias efemérides literárias -- centenário de Jorge Amado, 25 anos sem Drummond -- de 2012, uma anda passando meio despercebida: os 100 anos da publicação do que Ray Bradbury considerava o "mais influente romance do século 20", Tarzan dos Macacos , de Edgar Rice Burroughs. Claro, aqui e ali as pessoas começam a falar no "centenário de Tarzan" mas, na maioria dos casos, as manifestações de apreço pelo personagem logo enveredam por sua longa carreira cinematográfica, ou nos quadrinhos; pouca gente faz referência aos livros, dos quais Burroughs produziu mais de 20, e que depois contaram com autores do calibre de Philip José Framer e Joe R. Lansdale. O que é uma pena, e uma injustiça. Afinal, foi a publicação de Tarzan dos Macacos , em 1912, que que lançou o mito -- e Tarzan, o homem-macaco, é o mito por excelência. Mais até do que outros candidatos, como Sherlock Holmes ou o Superman, Tarzan é um caso especial de construção de mitologia, de um nome, u