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Mostrando postagens de abril 30, 2017

Blog One Million!

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Em algum momento nesta última madrugada, este blog cruzou a barreira do um milhão de visitas acumuladas em toda sua história -- que teve início em 2011, um mês depois de receber o bilhete azul do Grupo Estado. Sei que, no Grande Esquema das Coisas, um milhão de visitas em pouco mais de seis anos não é lá muito notável -- tem gente que atinge essa marca diariamente, e não estou me referindo apenas a youtubbers -- mas, já que este espaço, além de ser baseado em texto, esta mídia semimorta, dedica-se principalmente a temas um tanto quanto impopulares  (a saber, ciência e eu mesmo), tomo a liberdade de me iludir e achar que o milhão é algo significativo. Agora, algumas curiosidades: a postagem mais acessada da história do blog, de longe, é A falácia da falsa discriminação , em que aponto alguns problemas lógicos num artigo da Veja  sobre o movimento pelos direitos dos homossexuais. Quando digo "de longe", é de longe mesmo: esta postagem tem trez vezes o número de acessos q

O apelo à pesquisa irrelevante

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A edição mais recente da revista Skeptical Inquirer (nota aos supersticiosos: é sempre melhor dizer "mais recente" que "última") traz um artigo de autoria de Craig Foster e Serena Ortiz -- ambos integrantes da Academia da Força Aérea dos Estados Unidos -- que aponta o florescimento de uma nova tática entre os promotores de pseudociências: a do apelo à pesquisa irrelevante . Foster e Ortiz apontam que a maioria das análises das técnicas usadas pelos promotores de ideias infundadas que tentam se revestir de autoridade científica chama atenção para dois pontos, a descrição imprecisa de eventos (dizer, por exemplo, "minha tia se curou de câncer depois de visitar a benzedeira!", omitindo o curso de quimioterapia que se desenrolou nos meses anteriores à visita) e a seleção capciosa de observações pouco representativas do todo. Uma forma clássica de responder a essas manobras é apelar à literatura científica, onde, espera-se, as observações passam por tra

Manipulação textual e espinhal: quiropraxia na Folha

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Em 1º de maio, The New York Times publicou um artigo de opinião -- basicamente, uma postagem de blog -- assinada por um médico, Aaron E. Carroll, formulando a ideia de que alguns estudos recentes parecem sugerir que a chamada terapia de manipulação espinhal, oferecida em práticas como quiropraxia e osteopatia, tem algum efeito benéfico para dor lombar. Eis então que, em 2 de maio, a página "Equilíbrio" da Folha de S. Paulo  publica uma versão do artigo de Carroll que não só omite o fato de que o autor é médico, não jornalista, como também maquia o texto para fazê-lo parecer uma reportagem, e não uma opinião. A versão nacional ainda faz o favor de incluir uma referência à inclusão de terapias ditas alternativas, entre elas a quiropraxia, no SUS . Abaixo, o leitor incrédulo pode cotejar os parágrafos iniciais do original americano com os da tradução oferecida ao indefeso assinante da FSP , onde a mudança de tom (de "é o que eu acho" para "eis os

Os manuais Disney e eu

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Minha geração é uma das grandes injustiçadas da história brasileira. Nascidos no início dos anos 70, chegamos tarde demais para sermos rebeldes com causa (quando chegamos à adolescência, a ditadura já estava nos estertores), e cedo demais para nos encaixarmos nos rótulos mercadológicos que depois viraram moda ( Geração X ,   yuppies , Geração Y, millennials , etc.). Teríamos ficado a ver navios ou, como na imortal canção de Roberto e Erasmo, a sentados na beira do caminho, suponho, não fossem os manuais Disney. Falando especificamente do meu caso: as duas carreiras que acabei seguindo -- jornalista e escritor -- talvez não me tivessem ocorrido se não fossem o Manual do Peninha e o Manual do Mickey, ambos relançados recentemente. O Manual do Mickey , especificamente, é um fantástico compêndio de informação sobre literatura policial e de mistério. Foi lá que, pela primeira vez, ouvi falar no Agente Secreto X-9, em Hercule Poirot, Inspetor Maigret e Padre Brown. Não seria exagero