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Mostrando postagens de maio 8, 2016

Terapias alternativas para câncer: qual o problema?

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Nestes tempos de histeria fosfoetanolamínica, com um bocado de gente que deveria estar mais bem-informada embarcando na onda do "que mal que tem", do "se querem usar, que usem, e daí" e (meu favorito pessoal) "é só uma última esperança para quem já tentou tudo", chega dos Estados Unidos um trabalho que -- com uma boa dose de otimismo -- pode trazer alguma sobriedade à conversa. Fundamentalmente, é mais uma evidência de que terapias sem comprovação científica, toleradas como "alternativas e complementares" acabam, na prática, se tornando "substitutivas", com resultados trágicos. Falando em resultados: mulheres que usam suplementos alimentares como uma forma de terapia alternativa têm mais chance de adiar -- ou, até, de rejeitar -- o início da quimioterapia contra câncer de mama, mesmo depois de o tratamento ser indicado como necessário pelo médico. Em estudo realizado pela Universidade de Columbia e publicado em JAMA Oncology , de um

Hidrelétricas e meio ambiente

O controle do fluxo de água dos rios por barragens hidrelétricas pode ameaçar a cadeia alimentar à jusante, ao eliminar populações de insetos aquáticos, alerta estudo realizado nos Estados Unidos e publicado no periódico Bioscience . A equipe de autores, encabeçada por pesquisadores da US Geological Survey (USGS), debruçou-se especificamente sobre os efeitos da prática de regular a liberação de água pela barragem de acordo com o consumo de energia, fazendo o rio correr com maior vazão em horários de pico de demanda. Usando amostras colhidas por cidadãos voluntários ao longo do Rio Colorado, e por um levantamento da diversidade de insetos em rios barrados do Oeste do país, os cientistas concluem que o controle artificial da vazão do rio é incompatível com os hábitos de reprodução de certas espécies de inseto importantes para a cadeia alimentar. O resumo do artigo pode ser lido neste link .

Cientistas canadenses falam sobre (e não mais sob) censura

Reportagem publicada no website da revista Nature analisa o fim da política de censura na comunicação científica, imposta pelo governo conservador que administrou o Canadá entre 2006 e 2015. Nesse período, pesquisadores vinculados a órgãos públicos tinham de solicitar permissão a seus superiores hierárquicos antes de falar com jornalistas. Essa política foi revertida com a chegada da atual administração liberal ao poder. Pesquisadores ouvidos pelo periódico referem-se ao fim das limitações como um “peso” retirado de seus ombros. “Era um malabarismo incrível tentar levar a informação mais inócua para a mídia ou o público”, disse Diane Lake, que trabalhava como assessora de imprensa de um órgão de pesquisa federal. “Era como se uma cortina de ferro tivesse se fechado sobre a comunicação das pesquisas aos canadenses”. ( Mais notas sobre ciência no Telescópio do Jornal da Unicamp )

Eliminando falsas esperanças contra o câncer

Os métodos atualmente usados para avaliar a eficácia de possíveis novas drogas contra o câncer – os chamados ensaios de proliferação – são inadequados e deveriam ser substituídos por um procedimento que leve em conta os efeitos da droga ao longo do tempo, argumenta artigo publicado no periódico Nature Methods . O trabalho, de autoria de pesquisadores da Universidade Vanderbilt, nos EUA, descreve o procedimento fundamental dos ensaios de proliferação celular da seguinte forma: “uma droga é adicionada a uma população celular dentro de um espectro de concentrações, e o efeito sobre a população é quantificado segundo a métrica escolhida. A métrica padrão ‘de facto’ é o número de células viáveis 72 horas após a adição da droga”. Os autores argumentam que, por depender de medição feita num ponto fixo do tempo, esse processo é “estático” e não leva em conta especificidades da proliferação celular, incluindo possibilidades como a de um “rebote” proliferativo das células cancerosas sobrevivente