Postagens

Mostrando postagens de outubro 21, 2012

Ian Fleming, jornalista

Hoje estreia Skyfall , novo filme da franquia cinematográfica protagonizada por Bond, James Bond, o agente 007 do Serviço Secreto britânico e um dos três únicos espiões de Sua Majestade que podem receber ordem para cometer assassinatos a sangue-frio. Ou, ao menos, é o que diz a mitologia construída pelo pai literário de Bond, o jornalista Ian Fleming (1908-1964). Pouca gente sabe, mas antes de ficar rico com os romances sobre Bond, Fleming trabalhara como correspondente da Reuters em Moscou e, após a Segunda Guerra Mundial, atuara como coordenador da rede de correspondentes estrangeiros do Times de Londres. Ele também produziu, para o Sunday Times , uma série de reportagens chamada Thrilling Cities , sobre as cidades que visitou em uma volta ao mundo e, depois, num giro pela Europa. Em meados de outubro, o Sunday Times publicou uma reportagem sobre o tempo de serviço do autor no jornal, apresentada como a "primeira vez" em que a ficha de Ian Fleming no RH da empresa era

Mensalão e o veredicto escocês

Não tenho, evidentemente, competência técnica para opinar sobre os padrões de prova usados pelo STF para separa culpados de inocentes no caso do mensalão, mas o debate todo me fez lembrar de uma curiosidade histórico-jurídica: o veredicto escocês. Diferentemente da maioria dos países do mundo, na Escócia um tribunal penal tem três veredictos possíveis,em vez de apenas dois -- os tradicionais culpado e inocente. Além dessas categorias, um réu na Escócia pode acabar vendo-se enquadrado numa terceira classe, "não provado". Um veredicto de "não provado" significa, na prática, uma absolvição no sentido jurídico -- ninguém vai preso -- mas pode ser uma condenação no sentido moral. Uma piada comum é a de que uma decisão de "não provado" significa "inocente, mas não faça isso de novo". Historicamente, o veredicto triplo escocês parece ter surgido no século XVIII, quando um júri decidiu declarar que um réu contra o qual havia provas contundentes era

Cientistas culpados por mortes em terremoto?

A Justiça italiana decidiu, em primeira instância, condenar seis cientistas e um funcionário público a seis anos de cadeia por homicídio culposo, por supostamente terem dado à população da cidade de L'Aquila informações "incompletas, contraditórias e inexatas" às vésperas do terremoto de 2009 que matou 308 pessoas e reduziu as construções do local a escombros. De acordo com esta reportagem do jornal The Guardian , os cientistas condenados faziam parte de uma comissão, reunida seis dias antes do terremoto, para opinar a respeito de uma série de pequenos tremores que vinham atingindo a área. Na opinião de moradores da região entrevistados pelo Guardian , os pesquisadores, especialistas em sismologia e vulcanologia, teriam concordado em fazer parte de uma farsa armada pela Defesa Civil da cidade, emitindo declarações tranquilizadoras, sem embasamento, apenas para acalmar a população – que, desprevenida, foi pega de surpresa pelo grande tremor que se seguiu. Exist

Renovando a licença para clinicar

Em meados de outubro, o ministro da Saúde do Reino Unido anunciou que, a partir do fim deste ano, todos os médicos do país passarão a sofrer avaliações anuais de sua competência para clinicar. Essas avaliações alimentarão um processo quinquenal de revalidação da licença médica: a cada cinco anos, todo médico britânico poderá ter sua prerrogativa de praticar a Medicina cassada, caso não consiga provar que é competente. Segundo artigo do jornal The Guardian , o processo de revalidação está sendo aditado após uma década de negociações com os profissionais, e responde a uma série de escândalos envolvendo a prática médica, incluindo a descoberta de um clínico geral serial-killer que, usando a prática médica como cobertura, matou mais de 250 de seus pacientes. Um comentarista da BBC disse que a ideia de submeter os médicos a um processo de revalidação de suas competências é tão "obviamente correta"que é surpreendente que ninguém tenha pensado nisso antes. Mas a ideia é mesmo &