Aos homens e mulheres de boa vontade
Resolvi aproveitar a postagem final do ano para tentar responder a uma pergunta que, sob várias formas, costuma aparecer nas caixas de comentários sempre que escrevo algo "desmistificador", como este texto sobre a natividade , minha pequena introdução ao estudo da Bíblia ou, mesmo, que ouço de viva voz, quando discuto o meu recente Livro dos Milagres . A questão, como disse, vem em diversas roupagens, mas sua formulação mais geral é: "A quem você se dirige com isso?" Implícita por trás da pergunta está a premissa de que apontar o que há de mundano, contraditório e mitológico por trás das narrativas sagradas do cristianismo é inútil porque, (a) se o leitor já concorda comigo a priori , eu estou apenas chovendo no molhado; (b) se o leitor é um cristão fundamentalista, ele certamente tem um amplo arcabouço de justificativas e tergiversações à disposição capaz de neutralizar o impacto, se impacto houver, do que escrevo; (c) se o leitor for um cristão "liberal...