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Mostrando postagens de março 25, 2012

Bendito quem semeia livros, livros à mancheia...

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A postagem abaixo é uma reprodução de uma crônica autobiográfica (e automarketeira) que produzi para o blog da Draco , a casa editorial preferencial de minhas obras de ficção. Como suspeito que o público deste blog não seja exatamente o mesmo de lá, resolvi trazer o texto para cá pra fechar a semana. Abaixo, a postagem original para a Draco, com apenas um ou dois retoques: Os leitores da Draco correm o risco de enjoar da minha cara (ou, bem, do meu  texto ) neste ano: estou confirmado (até agora) nas antologias  Space Opera 2, Erótica Fantástica ,  Brinquedos Mortais   e    Fantasias Urbanas ; além disso, tenho três títulos-solo alinhavados: a novela de fantasia  As Dez Torres de Sangue , a coletânea de contos de ficção científica  Campo Total  e uma segunda edição de  Tempos de Fúria  – que estou chamando, cá comigo, de  Tempos de Fúria Redux  (quero ver o Erick, meu editor, enfiar isso numa capa e fazer ficar bom...). Ah, tem também o meu romance  Guerra Justa  em e-book dispon

O último dos bons

Os mais novos não vão se lembrar, mas houve uma época em que o humor, no Brasil, era o último refúgio, não do preconceito e da escrotidão, mas da lucidez. Nos anos finais da ditadura, Luís Fernando Veríssimo, Millôr, Ziraldo e Henfil, entre outros, mostravam-nos, com arte e alegria, aquilo que repórteres e editorialistas não podiam, ou não conseguiam -- que o rei estava nu. Com a redemocratização, no entanto, o espírito pareceu, por um momento, arrefecer. Millôr foi o primeiro a soar o alerta: "Um espectro assombra o Brasil", escreveu ele, após a vitória de Tancredo Neves no colégio eleitoral. "O espectro do humorismo a favor". A assombração, no entanto, ainda precisaria de algum tempo para se manifestar: ela só nos alcançou, de vez, com a chegada do PT ao poder. A partir daí, Ziraldo sumiu da cena da crítica política, transformando-se no Walt Disney do Menino Maluquinho; Veríssimo emasculou-se (alguém se lembra da última vez que ele escreveu algo que tivesse um

Têmis, a Justiça cega, viola a laicidade do Estado?

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Na linha "desculpas esfarrapadas para não desfazer uma flagrante bobagem", alguns defensores da permanência dos crucifixos em repartições públicas (e, mais especialmente, nos plenários dos tribunais) resolveram se lembrar de que a imagem tradicional da Justiça, que aparece em estátuas e pinturas em diversas cortes -- uma senhora de olhos vendados e com uma balança na mão e uma espada na outra -- reflete, na verdade, a iconografia da deusa grega Têmis, e ninguém parece se incomodar com isso.  Então, se Têmis não incomoda, por que o Crucificado incomodaria? É óbvio que esses laicistas-militantes-assassinos-terroristas  estão só de implicância e sacanagem!  Devo dizer que não me oponho, em princípio, à retirada dessas estátuas, caso alguém realmente insista que deve haver algum tipo de isonomia in extremis . Muitas delas são realmente feiosas. Mas aí o critério é estético, não jurídico. Na esperança de que a tentativa de se criar uma "questão Têmis" seja provoc