Blog One Million!
Em algum momento nesta última madrugada, este blog cruzou a barreira do um milhão de visitas acumuladas em toda sua história -- que teve início em 2011, um mês depois de receber o bilhete azul do Grupo Estado. Sei que, no Grande Esquema das Coisas, um milhão de visitas em pouco mais de seis anos não é lá muito notável -- tem gente que atinge essa marca diariamente, e não estou me referindo apenas a youtubbers -- mas, já que este espaço, além de ser baseado em texto, esta mídia semimorta, dedica-se principalmente a temas um tanto quanto impopulares (a saber, ciência e eu mesmo), tomo a liberdade de me iludir e achar que o milhão é algo significativo.
Agora, algumas curiosidades: a postagem mais acessada da história do blog, de longe, é A falácia da falsa discriminação, em que aponto alguns problemas lógicos num artigo da Veja sobre o movimento pelos direitos dos homossexuais. Quando digo "de longe", é de longe mesmo: esta postagem tem trez vezes o número de acessos que a segunda favorita, Primeiros testes: "fosfo da USP" não funciona e não é "fosfo", uma de minhas primeiras intervenções no malfadado debate em torno da "pílula da USP". Da onde se deduz que falar mal da Veja dá mais ibope que a (suposta) cura do câncer.
Curiosamente, com exceção da postagem sobre a revista da Abril, todas as outras com mais de 10 mil visitas acumuladas foram publicadas de 2016 para cá. Não sei exatamente como explicar isso -- acho que escrevi outras coisas legais entre 2011 e 2015. Imagino que o aumento do alcance das redes sociais e a própria longevidade do blog tenham elevado a percepção pública de sua existência, atraindo mais público. As principais origens de tráfego são Facebook, Google e Kibeloco. Também não tenho a menor ideia de por quê o Kibeloco faz links pra cá, mas agradeço de coração.
Ao longo dos anos houve uma certa flutuação perceptível (ao menos para mim) nas temáticas preponderantes no blog. No início eu dava muita atenção a questões envolvendo religião, laicismo e, no campo das ciências, ao que eu chamaria de divulgação "clássica" -- "veja só que legal o que a pesquisa X nos mostrou" -- com alguma ênfase em exploração espacial. De lá para cá, o eixo parece ter se deslocado para questões de meta-pesquisa -- ciência sobre ciência -- e crítica de mídia.
Não há nenhuma razão clara para isso: não perdi meu interesse na promoção do laicismo, nem meu entusiasmo pessoal pela eventual colonização do sistema solar. Mas o fato é que a mente humana só é capaz de fixar a atenção num número limitado de assuntos de cada vez, e uma das coisas que mais me motiva a escrever é um certo senso de urgência que vem da constatação de que porra, mas como não tem ninguém escrevendo sobre isso? Aí, venho aqui e escrevo.
Este blog é, sob muitos aspectos, estritamente pessoal. Não escrevo com um público ou um objetivo específico em mente, para além de dizer o que acho que precisa ser dito. De certa forma, neste blog pratico o jornalismo que gostaria de praticar "lá fora". Não tenho plano de negócio, só exasperação. A publicidade que o blog exibe é largamente residual: há alguns anos a Amazon pediu que seus parceiros trocassem o código usado para levar compradores de livros até lá, e nunca me dei ao trabalho de fazer isso. O AdSense me pagou US$ 100 uns dois anos atrás e não falou mais comigo desde então.
Que mais? Ah, sim: na página principal do blog há um menu embutido (três linhas horizontais sobrepostas, como um meio hexagrama do I-Ching). Quem clicar nele vai achar uma foto minha, relativamente recente, uma lista com alguns dos livros que escrevi, com links para onde se pode comprá-los. Ali também tem um botão de "doar" do PayPal, que instalei lá meio que de curiosidade, uns anos atrás, e que até agora me trouxe a fantástica soma de zero reais. Não ter um plano de negócio dá nisso.
Enfim, agradeço a cada uma das pessoas que perdeu seu tempo em entrar aqui e, assim, ajudar o contador de cliques a chegar ao milhão atual, mesmo as que só fizeram isso para me xingar (e que, curiosamente, foram poucas). O blog deve continuar por aqui até o Ragnarok (o pra valer, não o filme da Marvel) ou até eu parar de reagir a esse reflexo de "porra, mas como não tem ninguém escrevendo sobre isso?", o que vier primeiro. Vocês são bem vindos para a viagem.
Parabéns, Carlos. Eu sou um que, depois de algumas semanas intrigado com o sou sumiço do jornal, acabei achando este blog e de lá pra cá (e retrospectivamente também) li TODAS as postagens, nesses anos todos. Obrigado e longa a vida a este canal.
ResponderExcluirObrigado, Julio!
ExcluirOlá, Carlos. Estou sempre lendo suas postagens mas faço isto pelo aplicativo Feedly. Fico me perguntando se acessos de apps terceiros contam visualizações. Você possui alguma estatística sobre isso? Abraço, espero que escreva até o ragnarok.
ResponderExcluirOi, Filipe, obrigado pela audiência! Quanto aos aplicativos, acho que pelo menos alguns contam, sim. Uma das "origens de tráfego" que aparecem na lista de portas de acesso ao blog são apps.
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