Por Júpiter!

E a sonda Juno, da Nasa, está em órbita de Júpiter! Esta é apenas a segunda missão espacial a entrar em órbita do planeta gigante, o maior do sistema solar. A primeira foi a Galileu, que ficou 14 anos, de 1989 a 2003, navegando entre Júpiter e suas luas. Antes disso, o planeta gigante já havia sido visitado, de passagem, pelas duas sondas Voyager, em 1979 (a imagem da Grande Mancha Vermelha de Júpiter, nesta postagem, veio da Voyager 1) .

Diferentemente da Galileu, que produziu alguns de seus resultados mais espetaculares estudando os satélites de Júpiter -- por exemplo, a sonda obteve boa parte dos dados que sugerem a presença de um oceano na lua Europa -- Juno vai se dedicar exclusivamente ao planeta gigante, principalmente a sua composição, campo magnético e gravitacional. Como diz o material divulgado pela Nasa:

"O objetivo principal da Juno é revelar a história da formação e evolução de Júpiter. A nave observará os campos gravitacional e magnético do planeta, a dinâmica e a composição da atmosfera, e o acoplamento complexo entre o interior, a atmosfera e a magnetosfera que determina as propriedades do planeta e impulsiona sua evolução".

Outra meta é levantar mais informações sobre a nuvem primordial que deu origem ao Sistema Solar. Júpiter tem uma composição muito parecida com a do Sol -- majoritariamente hidrogênio e hélio. Esses são gases muito leves, e por isso é provável que Júpiter seja o mais velho dos planetas: uma vez que o Sol tenha começado emitir radiação, os elementos mais leves acabaram soprados para longe. Para ter conseguido acumular tanto dessas moléculas, antes que elas fossem dispersadas, Júpiter deve ter chegado bem cedo. Um bônus disso é que ele preserva, "crus", os ingredientes que o Sol vem cozinhando há bilhões de anos.

Também diferentemente da Galileu, que obtinha energia de um pequeno gerador nuclear, Juno usa energia solar: trata-se da primeira sonda enviada ao Sistema Solar exterior (para além de Marte) a depender do Sol para funcionar. Seus painéis solares têm uma área total de 60 metros quadrados. Essa opção foi possível porque a missão garante que a sonda não ficará em momento algum na sombra de Júpiter. Outra novidade tecnológica da Juno é o uso de peças de titânio produzidas em impressoras 3D.

Juno também será a primeira nave a orbitar um planeta gigante de polo a polo, e a mergulhar nos cinturões de radiação de Júpiter. Sua missão será bem curta, se comparada à da Galileu:  37 órbitas ao longo de dois anos, ante 14 anos da antecessora. Ao final desse período, ela irá penetrar a atmosfera do planeta, onde será destruída, a fim de evitar que contamine algumas das luas onde pode haver vida.

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