Estudar mais pode ser bom para a sua saúde
Eis aqui uma curiosa correlação estatística que pesquisadores da Universidade Brown, nos EUA, encontraram: entre anos de estudo e saúde.
Resumindo: uma pesquisa que acompanhou 3.890 pessoas, ao longo de 30 anos, mostrou que homens com 17 anos de escola ou mais têm menor índice de massa corporal, bebem menos e fumam menos que homens com menor escolaridade.
Resumindo: uma pesquisa que acompanhou 3.890 pessoas, ao longo de 30 anos, mostrou que homens com 17 anos de escola ou mais têm menor índice de massa corporal, bebem menos e fumam menos que homens com menor escolaridade.
No caso das mulheres, o impacto é ainda mais dramático, com uma redução de mais de 3 pontos de pressão sistólica nas que fazem ensino médio, em comparação com as que não completaram essa etapa, e de 2 pontos extras nas que vão à faculdade.
Para os homens, a o ganho em pressão é de 2 pontos por terminar o ensino médio, sem benefício mensurável na educação superior.
De acordo com os autores do trabalho, publicado no periódico online BMC Public Health, mesmo quando variáveis como condição econômica e idade foram controladas, a correlação se manteve. Quando o controle aplicado foi de estilo de vida -- se a pessoa, independentemente do grau de escolaridade, fumava ou bebia -- o benefício da educação superior quase some, mas não de todo: a vantagem de pressão sistólica cai para 2,8 pontos nas mulheres e apenas 1 ponto nos homens.
Os leitores deste blog provavelmente já estão de saco cheio de me ver dizendo que correlação não é causação, e este caso é um belo exemplo. É óbvio que não adianta correr para se inscrever num pós-doutorado, achando que assim vai-se neutralizar os efeitos do torresminho com caipirinha do sábado à tarde.
Os próprios autores do levantamento reconhecem isso, notando que a vantagem extra das mulheres mais estudadas, em comparação com os homens, provavelmente vem do fato de que mulheres que conseguem avançar no mundo acadêmico, em sua maioria, escaparam de alguns fatores de risco que assombram o sexo feminino, como gravidez precoce, violência doméstica e depressão.
No geral, a correlação provavelmente aponta para a ligação entre mais anos de estudo e maior acesso à informação sobre saúde (valor do exercício, de uma boa alimentação) e também maior acesso a profissões de baixo risco.
Essa constatação sobre profissões também aponta um dos limites de se adotar o acesso universal à educação como estratégia de saúde pública: no dia em que todo mundo tiver diploma de faculdade, alguém ainda vai ter de recolher o lixo, lavar as janelas do décimo-quinto andar, fundir aço e servir na infantaria. O fato de as mulheres terem um benefício tão maior que os homens também sugere que o sexo masculino já atingiu uma espécie de teto em termos de benefício sanitário da educação, enquanto que o feminino -- dado o acesso relativamente recente -- ainda tem bastante terreno a conquistar.
Para os homens, a o ganho em pressão é de 2 pontos por terminar o ensino médio, sem benefício mensurável na educação superior.
De acordo com os autores do trabalho, publicado no periódico online BMC Public Health, mesmo quando variáveis como condição econômica e idade foram controladas, a correlação se manteve. Quando o controle aplicado foi de estilo de vida -- se a pessoa, independentemente do grau de escolaridade, fumava ou bebia -- o benefício da educação superior quase some, mas não de todo: a vantagem de pressão sistólica cai para 2,8 pontos nas mulheres e apenas 1 ponto nos homens.
Os leitores deste blog provavelmente já estão de saco cheio de me ver dizendo que correlação não é causação, e este caso é um belo exemplo. É óbvio que não adianta correr para se inscrever num pós-doutorado, achando que assim vai-se neutralizar os efeitos do torresminho com caipirinha do sábado à tarde.
Os próprios autores do levantamento reconhecem isso, notando que a vantagem extra das mulheres mais estudadas, em comparação com os homens, provavelmente vem do fato de que mulheres que conseguem avançar no mundo acadêmico, em sua maioria, escaparam de alguns fatores de risco que assombram o sexo feminino, como gravidez precoce, violência doméstica e depressão.
No geral, a correlação provavelmente aponta para a ligação entre mais anos de estudo e maior acesso à informação sobre saúde (valor do exercício, de uma boa alimentação) e também maior acesso a profissões de baixo risco.
Essa constatação sobre profissões também aponta um dos limites de se adotar o acesso universal à educação como estratégia de saúde pública: no dia em que todo mundo tiver diploma de faculdade, alguém ainda vai ter de recolher o lixo, lavar as janelas do décimo-quinto andar, fundir aço e servir na infantaria. O fato de as mulheres terem um benefício tão maior que os homens também sugere que o sexo masculino já atingiu uma espécie de teto em termos de benefício sanitário da educação, enquanto que o feminino -- dado o acesso relativamente recente -- ainda tem bastante terreno a conquistar.
Outro dado que permite encarar o resultado cum grano salis é o fato de a população estudada ser toda de uma zona suburbana da Nova Inglaterra. Variações étnicas e culturais, portanto, podem invalidar as conclusões.
Posso estar errado, mas vejo a relação inversa. É mais fácil pensar que pessoas com melhor saúde e hábitos tenham mais possibilidades de ajustes no estudo também, como paciência para aguentar orientadores e o stress do estudo e pesquisa em si... Bom, minha pressão é baixa... :D
ResponderExcluirHmmm... taí uma boa hipótese...
ResponderExcluirEu acho que a pesquisa tem como base alguém numa escola sem álcool e outras coisas durante 17 anos sem pausas.... Daí sim deve ser verdade!
ResponderExcluirSe repetirem o estudo com agrônomos formados na ESALQ,as hipóteses cairão por terra!
ResponderExcluir