De tragédias e de valores

Nos 14 anos em que trabalhei no Grupo Estado, muitas vezes me vi defendendo -- em mesas de bar, festas de família, e até na área de cafezinho da redação -- os editoriais do Estadão da acusação de que seriam ranhetões, "direitões", excessivamente conservadores. Claro, sempre houve um prisma conservador filtrando as análises publicadas na vetusta página 3, mas eu insistia em apontar que, em muitos casos, a essência do que se dizia ali era, se não correta, ao menos apoiada numa argumentação firme o bastante para não poder ser desprezada com um dar de ombros ou o bom e velho "se o Estadão defende X, então X deve ser uma merda". Mas eis que, neste sábado, eu abro o jornal e vejo um texto que reduz toda a minha linha argumentativa a pó de traque. Trata-se da análise feita pelo jornal da tragédia do Realengo . O editorial Que nos sirva de alerta não só se abstém de comentar o caráter de fanatismo religioso do crime -- mais sobre isso adiante -- como ainda joga com ...