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Mostrando postagens de janeiro 1, 2017

Fraudes controladas

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Uma "fraude controlada" é um tipo de experimento psicológico/metodológico/social: trata-se da produção deliberada de eventos ou resultados falsos, com o objetivo de testar a resiliência e a confiabilidade de uma metodologia científica, de um processo cognitivo ou de comunicação. Ela se distingue da fraude pura e simples porque, enquanto esta última é construída de modo a circum-navegar os mecanismos humanos (senso crítico, bom-senso) e institucionais (revisão, crítica dos pares, controles) de checagem e alerta, a fraude controlada é criada com uma série de características salientes para excitar os mesmos mecanismos -- desde que, é claro, eles estejam funcionando adequadamente, ou haja uma intenção honesta de usá-los. Nos últimos tempos, fraudes controladas passaram a ser um meio relativamente comum usado para revelar fragilidades no processo de comunicação científica -- seja a comunicação entre pares, por meio de periódicos especializados, seja a comunicação com o

Assassinatos em massa: a ciência

Publicada em 2014 pela editora acadêmica John Wiley & Sons,  The Encyclopedia of Criminology and Criminal Justice traz um verbete de duas páginas e meia sobre "Mass Murders", isto é, "assassinatos em massa". Ali aprendemos que o termo é aplicado cientificamente "à matança, não-sancionada pelo Estado, de pelo menos três vítimas durante um único episódio", é às vezes considerado um sinônimo de "massacre" e se distingue de outros fenômenos de violência de vítimas múltiplas, como guerras, linchamentos, assassinatos em série e genocídios por uma série de características. Entre elas, estão fatos como o de que o assassino em massa "tem alta probabilidade de conhecer pessoalmente as vítimas, utiliza armas de fogo e vê seus atos como um 'gesto definitivo de revolta', sem a intenção de realizar matanças futuras". Além disso, o assassino em massa tem uma chance muito maior do que outros tipos de criminoso de terminar seu crime comet