Dando as devidas proporções

Imagino que os leitores habituais deste blog já estão mais ou menos familiarizados com o conceito de viés cognitivo -- filtros mentais e hábitos de pensamento que distorcem o modo como vemos e interpretamos a realidade. Os mais comumente citados são o viés de confirmação (dar importância desproporcional a eventos que parecem confirmar nossas crenças e preconceitos), a validação subjetiva (interpretar uma série de ocorrências não relacionadas como uma cadeia de eventos que confirma nossa visão particular do mundo) e o viés de disponibilidade (achar que nossa experiência pessoal, ou os exemplos que estão mais à mão, são verdadeiramente típicos e representativos da realidade em geral). Cada um deles traz sérios desafios à tarefa, quase sempre árdua, de pensar com clareza, e tem parcela razoável de responsabilidade por muita coisa lamentável no estado atual da civilização. Mas a leitura de Suspicious Minds , do psicólogo britânico Rob Brotherton , chamou minha atenção para um outr...