Partido da ciência?

Pesquisadores brasileiros, assustados com os cortes suicidas no financiamento público para a ciência, analisam a possibilidade de criar um partido político para fazer a representação e a defesa dos cientistas nas instâncias em que se decide a divisão do butim -- desculpe -- da verba pública. Em princípio, não há nada de essencialmente ruim com a ideia. Se pastores evangélicos têm seus próprios partidos, por que não cientistas? Há até alguma base -- científica -- para a ideia. Lá nos idos de 2010, fiz uma entrevista com o ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2007, Roger Myerson, que na época fazia um estudo sobre, exatamente, o sistema eleitoral brasileiro (a área de especialização de Myerson é teoria dos jogos). De acordo com ele, o sistema brasileiro de voto proporcional com lista aberta -- onde os votos são, primeiro, do partido e, só depois, dos candidatos, seguindo a ordem de escolha popular -- é o "segundo pior possível", porque, primeiro, divorcia o eleitor...