Postagens

Mostrando postagens de maio 13, 2012

Religião, evolução, cérebro, violência

Imagem
Recebi, via Twitter, um link para uma reportagem publicada no site da revista Galileu a respeito de um estudo sobre a possível ligação entre genética e a predisposição para a fé religiosa. A reportagem não parece ser recente, mas a página em que ela aparece não traz data. O estudo de que fala o texto , no entanto, foi publicado em abril de 2005, então suponho que a matéria tenha saído, originalmente, um pouco depois disso. No entanto, como na internet nada nunca desaparece de verdade, pode ser prudente registrar uma análise do assunto, ainda que tardia, para os eventuais interessados. O estudo em si, Genetic and Environmental Influences on Religiousness: Findings for Retrospective and Current Religiousness Ratings , tentou determinar quais os "pesos" relativos de fatores genéticos ou ambientais na formação e manutenção da fé religiosa ao longo da vida, usando como base a evolução da religiosidade de pares de gêmeos, sendo alguns univitelinos -- "gêmeos idênticos&qu

Dando um descanso à Providência

Acho que foi o filósofo Daniel Dennett quem cunhou a expressão "olhar intencional", numa referência à predisposição humana de encarar animais irracionais -- e até objetos inanimados -- como se tivessem intenções comparáveis às nossas. Assim, dizemos que o tempo está bravo , que a árvore podada ficou triste , que o cãozinho sente ciúme . Para além da expressividade poética, o olhar intencional tem uma utilidade prática: se, como sugerem alguns pesquisadores, a evolução dos poderes mais aguçados do cérebro humano foi estimulada pela necessidade de interação social e da interpretação correta das intenções e desejos dos outros seres humanos ao redor, o, por assim dizer,  modo intencional  de funcionamento pode representar uma espécie de taquigrafia mental, ajudando na rápida decodificação dos sinais da natureza: se o tempo está bravo , o melhor é buscar abrigo, como faríamos caso um sujeito bravo viesse em nosso encalço. Mas, como de costume, a diferença entre remédio e venen