A Paixão de Cristo, e de mais um monte de gente

Aviso: postagem longa, muito longa. Confesso que gosto do filme de Mel Gibson . Só não comprei o DVD porque lá em casa ninguém ia querer assistir comigo. Há alguns trechos, principalmente a "lágrima de Deus" no final, e as mulheres esfregando o chão loucamente, que são bregas pra burro, mas no geral trata-se de um filme honesto, que lança um olhar firme sobre a capacidade humana de causar dor ao próximo -- e de fazê-lo sorrindo. Abstraindo-se a informação de que o cara que está sendo espancado e crucificado na tela é, supostamente, o Filho de Deus, o que resta é uma denúncia do abuso de poder, do sadismo e da desumanidade. Claro, abstrair o status de Filho de Deus do protagonista meio que vai contra a intenção do autor, mas ir contra o autor é um privilégio da audiência. Faça o exercício: tente ver o filme encarando o personagem de Jim Caviziel como um pobre caipira, meio iludido mas bem-intencionado, que foi passar o feriado na cidade grande, arrumou briga com a pol...