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Mostrando postagens de fevereiro 5, 2012

Darwin e a questão de Fermi

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Feliz aniversário, Charlie! Neste domingo, faz 203 anos que nasceu Charles Darwin, codescobridor, com Alfred Russel Wallace, do processo de evolução das espécies. Como não dava para deixar passar a data em branco, resolvi registrar aqui uma reflexão que me ocorreu há algum tempo -- e que já li, de uma forma ou de outra, alhures, também. Essa reflexão aplica o princípio de "sobrevivência do mais apto" a um dos problemas candentes do século 20, a Questão de Fermi. Formulada pelo físico italiano Enrico Fermi, a questão pergunta: "Onde está todo mundo?" Sendo "todo mundo", no caso, as outras civilizações inteligentes da galáxia. Fermi fez a pergunta depois de estimar, de um modo meio grosseiro, o número esperado de espécies racionais que deveria haver na Via Láctea, e concluir que, ora bolas, já deveríamos ter sido visitados, aqui na Terra, por pelo menos uma. Cálculos posteriores confirmaram a intuição do italiano: pelo que sabemos, nossa galáx

Aquecimento global: números e argumentos

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A revista Skeptic lançou na internet um ótimo artigo do geólogo Donald Prothero sobre o aquecimento global e a desonestidade dos argumentos usados pelos negacionistas climáticos. Minha recomendação é que todas as pessoas interessadas no assunto leiam o texto, mas como ele é longo e está em inglês, resolvi produzir uma versão "digest", capturando alguns dos gráficos usados pelo cientista. O primeiro deles é uma versão atualizada do "hockey stick", o gráfico que mostra a elevação acentuada da temperatura média nos últimos cento e poucos anos: O segundo é o que registra as concentrações de CO2 na atmosfera da Terra ao longo das eras (as concentrações passadas foram medidas em amostras congeladas extraídas da Antártida). Como dá para ver, as temperaturas nunca foram tão altas e as concentrações de CO2 também são recorde. Até aí, dá para dizer que "correlação não é causação", e que a coisa toda pode ser uma simples coincidência. Esse argumento ignor

Para que serve o editor, afinal?

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O mundo de língua inglesa assiste, atualmente, a uma guerra entre cientistas e editores  empresas editoras de publicações científicas. O estopim foi um projeto de lei, patrocinado por grandes grupos editoriais e em tramitação no Congresso americano, que se aprovado proibirá o governo dos EUA de exigir a divulgação gratuita de artigos científicos previamente publicados em revistas privadas. Para entender melhor o imbróglio, precisamos de duas peças de contexto. Uma: quando um cientista acredita ter algo de relevante para apresentar à humanidade em geral (e aos colegas, em particular) a etiqueta atual requer que ele não convoque uma entrevista coletiva, nem que se enrole num lençol e saia por aí pregando de porta em porta mas, em vez disso, articule suas ideias e descobertas num artigo; submeta o artigo a uma revista especializada, que se encarregará que passar o texto adiante a pares  ("peers") do autor. Esses pares são outros cientistas, pessoas teoricamente capazes d