Ora, direis, ouvir arcebispos...

Há muito o que celebrar na decisão histórica do STF sobre a união estável de pares homossexuais, mas aqui eu gostaria de fazer um comentário sobre uma questão paralela, relacionada à cobertura do julgamento pela imprensa: por que, sempre que o Supremo tem que decidir algo sobre direito dos homossexuais ou alguma questão de ética médico-científica (como no caso das células-tronco), os jornalistas correm para entrevistar arcebispos católicos? Em parte pode ser o cacoete do "outro lado", o princípio de que todo fato importante ou opinião momentosa deve vir acompanhado por uma avaliação negativa, um contraponto. Na encarnação anterior deste blog eu já havia criticado a busca irracional pelo "outro lado", que muitas vezes leva a imprensa a abrir espaço para criacionistas ou maníacos antivacinação. Mas reconheço a importância do princípio: em casos como a decisão do STF, ele pode ajudar a pôr os fatos em perspectiva e a evitar o jingoísmo -- a celebração unânime de u...