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Mostrando postagens de setembro 4, 2016

Células-tronco, esperança e a lição de Mesmer

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Na próxima semana, a FDA -- que é a Anvisa lá dos Estados Unidos -- deve começar a decidir como regulamentará as terapias baseadas em injeções de células-tronco . Atualmente, clínicas norte-americanas são livres para oferecer (leia-se, *vender*) esse tipo de tratamento, mesmo sem a devida comprovação científica de eficácia e segurança. Cientistas pressionam a FDA para que submeta as terapias de células-tronco aos mesmos tipos de exigência que pesam sobre novos medicamentos, o que inclui estudos detalhados e uma razoável certeza estatística de que a coisa funciona e não faz mal. É importante notar que há vezes em que mesmo essa certeza razoável se revela furada, mais tarde . Os vendedores de células-tronco, claro, estão esperneando. Acusam os cientistas de atuar em conluio com a indústria farmacêutica para sufocar novas terapias promissoras ( onde já ouvimos essa conversa antes? ),  e dizem que a oferta ampla das terapias, mesmo quando ainda não testadas e comprovadas, faz a ciên

Literatura de Star Trek

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A série original de TV Star Trek completa 50 anos esta noite. Muito já foi (e, com certeza, ainda será) escrito sobre o fenômeno de mídia que ajudou a pôr a ficção científica no mapa mais amplo da cultura popular: talvez apenas os quadrinhos e seriados cinematográficos de Buck Rogers e Flash Gordon tenham feito tanto, antes da estreia de  Trek , para tornar os temas e tropos típicos do gênero familiares aos olhos das multidões. De todo o material publicado, no entanto, a esmagadora maioria se concentra, de modo perfeitamente compreensível, na produção audiovisual: séries de TV, série cinematográfica , desenhos animados. Por isso, resolvi usar este espaço para chamar atenção para um cantinho normalmente negligenciado do universo de Star Trek : a literatura. Aliás, vou circum-navegar todo o tedioso debate sobre se os chamados media tie-ins (livros de ficção "amarrados" a universos ficcionais nascidos em outras mídias) merecem ou não ser chamados de "literatura"

De Robert Wise a Justin Lin

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Sou um fã inveterado de Star Trek - The Motion Picture , o filme de 1979 dirigido por Robert Wise, um dos grandes gênios subestimados de Hollywood, autor dos dois melhores filmes de terror da história ( Desafio do Além , baseado em romance de Shirley Jackson, e O Túmulo Vazio , inspirado em conto de R.L. Stevenson). Gosto principalmente da "versão do diretor" de 2002, relançada com os efeitos especiais recriados em computador. Cada vez que revejo esse filme, aprecio-o mais; a continuar assim, até o fim da década ele terá entrado na minha lista dos dez favoritos de todos os tempos. Aliás, revi The Motion Picture  na última quinta-feira, numa espécie de preparação para encarar Jornada nas Estrelas - Sem Fronteiras , de Justin Lin, na sexta. Para ver como as coisas mudam: quase quarenta anos atrás, muita gente que gostava da franquia Jornada nas Estrelas criticou o filme de Wise, por considerá-lo "parado" ou "cerebral" demais. Agora, muita gente que gost