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Mostrando postagens de setembro 18, 2016

Mais transparência na ciência

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A Associação Estatística dos Estados Unidos decidiu passar a exigir que todos os artigos submetidos à seção de Aplicações e Estudos de Caso de seu periódico Journal of the American Statistical Association (JASA) venham acompanhados do código de computador e dos dados utilizados no trabalho. Código e dados, diz nota divulgada pela associação, representam “um padrão mínimo de reprodutibilidade em pesquisa científica estatística”. O processo de revisão pelos pares do JASA passará a incluir a figura do editor associado de reprodutibilidade, “para garantir que atinjamos um padrão de reprodutibilidade”. A revista Nature entrevistou Victoria Stodden , que será uma das editoras de reprodutibilidade do JASA. Ela ponderou que os padrões tradicionais de revisão da pesquisa científica foram estabelecidos para estudos que não envolvem computadores. “Uma vez que você introduz o computador, a seção de materiais de um artigo científico típico não chega nem perto de fornecer a informação necessári

Florais de Fátima

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Imagino que todo mundo que frequenta pet-shops ou farmácias de manipulação já deu de cara com catálogos de florais -- "remédios" para condições emocionais e psicológicas, de seres humanos ou animais, baseados em flores, água e álcool. Já havia pensado em escrever sobre o assunto antes, mas como os florais representam uma espécie de dissidência da homeopatia, e como já tratei desse tema várias vezes (a mais completa sendo esta aqui ), achei que o serviço já estava feito. Mas, enfim, ledo e ivo engano, como se diz por aí. Almoço cedo. No quilão aqui perto, onde costumo ir, sempre tem uma TV ligada. Na Globo. Então, de modo quase inevitável, almoço com Fátima Bernardes -- e eis que, na segunda-feira, assisti a sete inacreditáveis minutos de promoção acrítica, basbaque e irresponsável de algo chamado "florais brasileiros" . Sei que também já gastei muito teclado tratando do modo subserviente, imprudente e leviano com que a grande mídia encara temas "esotéricos&

Extinção nos mares, versão raça humana

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A atual crise de biodiversidade nos oceanos, causada principalmente pela ação humana, é diferente das demais extinções em massa registradas nos últimos 60 milhões de anos: desta vez, as espécies com indivíduos de grande porte estão mais ameaçadas que as espécies de indivíduos pequenos, o que acentua o impacto potencial das extinções nos ecossistemas. Os resultados constam de artigo publicado na revista Science. Os autores do trabalho, vinculados a instituições dos Estados Unidos, atribuem esse diferencial à preferência humana pela caça e pesca de grandes animais. “A ameaça seletiva aos animais marinhos de grande porte traz um perigo aos ecossistemas que é desproporcional à porcentagem de espécies ameaçadas”, diz o artigo. “Animais de grande porte são essenciais para o funcionamento do ecossistema, por causa de sua posição preferencial no topo das redes alimentares”. Os autores fazem a ressalva de que, caso a mudança climática venha a superar a caça e pesca predatória como principa