Acabou a solidão de George
Morreu no domingo, no Equador, o último exemplar conhecido da subespécie de tartaruga gigante Chelonoidis nigra abingdoni, Lonesome Gorge ("George Solitário"). Originalmente de uma das Ilhas Galápagos, a espécie foi levada à extinção pela caça e, também, pela introdução de cabras na ilha, o que devastou a vegetação nativa. Claro, nem as cabras nadaram espontaneamente até a ilha, e nem foram os incas venusianos que caçaram as tartarugas até a extinção. Asteroides e convulsões geológicas acontecem de vez em quando, é fato, mas tem coisas que só o ser humano faz por você.
Lonesome George já havia sido descrito como "a criatura mais rara do mundo". Tentativas de fazê-lo reproduzir-se com fêmeas de subespécies próximas nunca deram certo, e a menos que algum outro exemplar seja encontrado na natureza, ou que Tony, uma tartaruga mantida no zoológico de Praga, seja confirmado como membro da mesma subespécie, um outro produto da evolução terá ido pelo mesmo caminho do pássaro dodô.
Falando no dodô, aliás, a Wikipedia nota que o Ocidente levou quase 200 anos para reconhecer que o pássaro havia sido extinto: o fato de ele ter desaparecido da face da Terra era visto como indicação, talvez, de que a espécie jamais tivesse existido: era mais fácil acreditar que os relatos dos séculos 16 e 17 descrevendo o dodô fossem mitologia do que aceitar a ideia de que uma espécie pudesse ser extinta.
Como se vê, se há algo que não entra em extinção é o uso de wishful thinking e de falsificação histórica para fazer de conta que problemas ambientais causados pelo homem não existem. Mas, enfim, George não é mais um solitário. Nós é que somos uma espécie cada vez mais sozinha.
Lonesome George já havia sido descrito como "a criatura mais rara do mundo". Tentativas de fazê-lo reproduzir-se com fêmeas de subespécies próximas nunca deram certo, e a menos que algum outro exemplar seja encontrado na natureza, ou que Tony, uma tartaruga mantida no zoológico de Praga, seja confirmado como membro da mesma subespécie, um outro produto da evolução terá ido pelo mesmo caminho do pássaro dodô.
Falando no dodô, aliás, a Wikipedia nota que o Ocidente levou quase 200 anos para reconhecer que o pássaro havia sido extinto: o fato de ele ter desaparecido da face da Terra era visto como indicação, talvez, de que a espécie jamais tivesse existido: era mais fácil acreditar que os relatos dos séculos 16 e 17 descrevendo o dodô fossem mitologia do que aceitar a ideia de que uma espécie pudesse ser extinta.
Como se vê, se há algo que não entra em extinção é o uso de wishful thinking e de falsificação histórica para fazer de conta que problemas ambientais causados pelo homem não existem. Mas, enfim, George não é mais um solitário. Nós é que somos uma espécie cada vez mais sozinha.
Pois é, Carlos. Por sorte, nosso senhor deus pai há de recriá-lo em algum outro ponto do Universo quando estiver entediado.
ResponderExcluirAgora veja isso aqui:
http://www.heraldscotland.com/news/education/how-american-fundamentalist-schools-are-using-nessie-to-disprove-evolution.17918511