O fim da água: dossiê
Passei os últimos 30 dias, mais ou menos, ouvindo pesquisadores da Unicamp -- entre engenheiros, agrônomos, economistas, biólogos -- sobre as causas e consequências da chamada crise hídrica paulista. O resultado foi uma sequência de oito entrevistas, publicadas na edição mais recente do Jornal da Unicamp. A conclusão geral, se é que dá para tirar alguma, é de que os últimos períodos de seca no Sudeste -- que, sim, são os piores já constatados desde que se começou a fazer meteorologia a sério na região -- são menos uma causa e mais um estopim da atual crise. A bomba já vinha sendo armada há décadas, pela soma de incúria ambiental, incompetência gerencial, centralização política e falta de uma visão clara de compromisso com o interesse público.
Os principais textos que produzi para o jornal são:
A lógica invertida da mercantilização, com Eduardo Fagnani (IE-Unicamp) explicando a história do saneamento básico no Brasil e o choque entre objetivos privados e públicos no setor.
A hora de um novo marco regulatório, com Antonio Carlos Zuffo (FEC-Unicamp) sobre o impacto da crise no setor elétrico e a necessidade de um novo marco para a relação entre as concessionárias de saneamento e o poder público.
Estado esvazia comitês de bacias, com José Teixeira Filho (Feagri-Unicamp), sobre a crise institucional trazida pela crise hídrica e a parte de responsabilidade da agricultura na crise.
Embalada como commodities, com Humberto Miranda do nascimento (IE-Unicamp), sobre o papel do casos urbano na gestação da crise e o fato de que o Brasil, com sua dependência econômica do agronegócio, é na verdade um país exportador de água.
Pastagens recuperadas = mais água no Cantareira, com Oscar Sarcinelli e Ademar Romeiro (IE-Unicamp), sobre como seria simples recuperar a vegetação na área da Cantareira, reforçando os reservatórios, se houvesse vontade política.
Um ciclo insustentável, com Marina Ilha (FEC-Unicamp), sobre as medidas economizadoras que podem ser adotadas em ambiente urbano.
A era dos extremos, com nosso convidado especial Carlos Nobre (IPCC, Cemaden), sobre o panorama climático traçado pelo aquecimento global.
Os principais textos que produzi para o jornal são:
A lógica invertida da mercantilização, com Eduardo Fagnani (IE-Unicamp) explicando a história do saneamento básico no Brasil e o choque entre objetivos privados e públicos no setor.
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