Artigos para "O Amálgama"

Assumi, agora em março, o desafio de produzir pelo menos um artigo mensal para a Revista Amálgama. Já colaborava esporadicamente com a publicação há alguns anos, e assisti à sua migração da esquerda do espectro político brasileiro para a direita -- quando comecei a publicar lá eu era talvez o maior reaça da turma, e hoje me vejo, por contraste, como um quase-socialista ali no meio.

Esse movimento da linha editorial, que afastou leitores e colaboradores (antes de atrair outros), só fez aumentar meu apreço pela publicação: mostra que o editor-chefe e mentor do projeto, Daniel Lopes, não tem medo de ir aonde a consciência e a reflexão o levam, e danem-se as panelinhas. Um brasileiro capaz de trocar o conforto das claques pela fidelidade a si mesmo é artigo raríssimo, ainda mais neste ambiente de polarização tóxica em que nos encontramos.

A relação de minhas colaborações com a revista pode ser encontrada aqui. A pauta que seguirei lá será menos específica que a que mantenho neste blog, mais focado em divulgar e discutir ciência. O primeiro artigo desta nova fase de "colaborador mensal, se Crom deixar", trata do fenômeno recente dos boicotes de fontes à imprensa -- gente que se recusa a falar com jornalistas por conta de divergência ideológica com o veículo em que o profissional trabalha -- e argumento que essa é uma postura, em geral, errada.

Comentários

  1. Discordo da análise. O que ocorreu com o Amálgama não foi uma migração para a direita. Foi um abandono da lucidez. Depois de ver algumas postagens com um ranço e falta de perspectiva que naquele lugar pareciam inacreditáveis, seguidas por algumas outras que fariam o Olavo de Carvalho sorrir (e o Professor Hariovaldo também), notei que não se tratava de algo tópico, mas de uma guinada editorial, e acabei desistindo de frequentar. Eu aceitaria perfeitamente artigos que buscassem ideias e as concatenassem de modo a construir argumentos que defendessem outros pontos de vista, mas não se tratava disso, mas sim de ataques a pessoas e instituições que os articulistas identificassem como alvos de esquerda. Como esse é um dos sintomas da adesão à pós-verdade, preferi deletar dos favoritos. Ainda havia coisas boas, mas tornou-se desagradável procurá-las no meio da atmosfera tóxica. Uma pena.

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