"Fosfo", terapias alternativas e a maldição do falso positivo



A fosfoetanolamina sintética volta ao noticiário (aqui e aqui), poucas semanas depois de o Ministério da Saúde produzir manchetes com sua decisão descerebrada de ampliar a oferta de "práticas alternativas e complementares". Já escrevi mais do que o suficiente (aqui, aqui, aqui), imagino, sobre esses dois casos específicos, e então achei que seria hora de tratar do fenômeno mais geral: o fato de tantas pessoas se encantarem com, converterem-se em verdadeiros paladinos de, supostas terapias que não só não funcionam, como ainda por cima podem ser perigosas ou, até mesmo, letais.

E não se trata apenas do que gosto de chamar de "Efeito Franklin", que acontece quando uma pessoa, tendo sido enganada, passa a defender fervorosamente quem a enganou, só para não ter de dar o braço a torcer (tirei o nome da frase atribuída a Benjamin Franklin, "só quem mente mais do que um charlatão são suas vítimas"). Há algo muito mais profundo aí.

Durante milhares de anos, a medicina ocidental seguiu uma visão terapêutica segundo a qual a doença era causada pelo desequilíbrio dos "humores", substâncias corporais como sangue, fleuma e bile. Estratégias de reequilíbrio envolviam sangrias, purgantes e eméticos. Esses "tratamentos" tinham o efeito de desidratar o paciente, deixá-lo mais fraco, estressado e, não raro, envenená-lo.

Existe, até mesmo, uma erva que, por mais de 20 séculos, foi recomendada para problemas renais; hoje em dia, sabe-se que se trata de uma causadora de câncer. Ainda assim, durante milênios, os médicos acreditavam que produziam benefícios com suas sangrias e gororobas e os pacientes, que eram curados. Como tanta gente pôde estar tão enganada por tanto tempo?

A resposta é uma confluência de fatores que se somam para produzir o fenômeno que dá título a esta postagem, a "maldição do falso positivo".

O primeiro fator é um senso excessivamente inclusivo de causalidade. O ser humano -- na verdade, boa parte da vida animal no planeta Terra -- sofre de uma atração fatal por relações de causa e efeito. Tão fatal, de fato, que muitas vezes falha em distinguir as reais das espúrias. Para ficar num velho clichê, é, no geral, mais "barato" sair correndo sempre que a moita balança -- porque pode haver um tigre ali -- do que ficar esperando e ver se a causa do balançar é mesmo um grande felino faminto.

Em termos humanos, esse problema costuma aparecer sob a forma da falácia post hoc: se um evento significativo se segue a outro, então o anterior é tomado como causa do posterior: foi a sangria que me curou,  foi a cueca vestida do avesso que me fez passar na prova, foi a "fosfo" que me salvou do câncer.

Um dado importante é que a falácia não precisa ser articulada para se manifestar. Você não precisa pensar isto, então aquilo. Suas glândulas podem fazer isso por você. O cão que saliva ao ouvir uma sineta (porque, um dia, o som da sineta veio acompanhado de um bife) e o ser humano que sente a dor no joelho diminuir ao tomar uma pílula branca de farinha (porque, um dia, uma pílula branca de analgésico ajudou a reduzir a dor) não estão raciocinando falaciosamente em termos de causa e efeito, mas apenas reagindo a um condicionamento.

O apetite por padrões causais tem forte apelo afetivo, e deita raízes profundas no inconsciente.Outra faceta disso é a intuição de que o tratamento que funcionou foi sempre o último. Uma pessoa que tome um banho de lama depois de um curso de quimioterapia, por exemplo, tenderá, talvez, a atribuir uma eventual remissão do câncer à lama, não à medicina.

O segundo componente da maldição do falso positivo é o que chamo de viés de sobrevivência. Trata-se da simples constatação, velha conhecida de sacerdotes, curandeiros e médicos, de que só os sobreviventes voltam para contar a história.

Entrar numa capela de ex-votos abarrotada, onde os fiéis que alcançaram suas graças deixam oferendas, pode parecer aquele tipo de imagem que vale por mil palavras. Isto, até a hora em que você imagina qual o número total de orações dirigidas ao espírito do lugar -- e qual é a proporção delas que esses ex-votos representam, exatamente.

Da mesma forma, é o paciente "curado" que retorna, lágrimas de alegria nos olhos, para abraçar e agradecer o terapeuta. Que fala maravilhas a respeito da ayurveda e da homeopatia para os amigos. Que escreve comentários no Facebook mandando o jornalista cético "estudar mais antes de falar merda", etc. Aqueles que saem da terapia tão ruins, ou pior, do que entraram, no geral, ficam quietos ou se limitam a resmungar pelos cantos. É rara a figura que sai por aí se gabando das preces que não foram atendidas. E, como já dizia o título daquele filme dos Piratas do Caribe, Dead men tell no tales, "mortos não delatam".

O terceiro fator, que age junto ao segundo, é a variabilidade natural da saúde/doença. O estado de saúde de uma pessoa oscila naturalmente: um dia você acorda melhor, um dia pior; gripes leve s e resfriados passam por conta própria; hematomas desaparecem; ressacas passam; dores crônicas se acentuam e depois diminuem; etc.

Se você está se sentindo mal hoje, há uma boa chance estatística de que vá estar melhor amanhã, ou depois, mesmo que não faça nada. Mas se você tomar um uísque, um passe de reiki ou uma vitamina C agora, talvez venha a atribuir essa melhora ao drinque (ou à vitamina, ou ao passe, ou a tudo).

Todos esses fatores conspiraram, durante milênios -- e, no mundo das "práticas complementares", ainda conspiram -- para fazer com que muita terapia inútil ou perigosa se passasse por coisa boa. É por isso que o apelo à antiguidade ("esta técnica é usada nas Índia há 6 mil anos! não pode estar errada!") não quer dizer nada. E é por isso que surgiram os protocolos de testes pré-clínicos e clínicos, criados para filtrar os vários vieses citados acima. Os mesmos testes em que as "alternativas" não passam (se passassem, deixariam de ser "alternativas"). Mas, e esses testes: eles nos salvam, de vez, da maldição do falso positivo?

Não.

Porque o moderno sistema acadêmico/industrial de produção de conhecimento na área médica, encarregado de aplicar e avaliar esses testes, tem seus próprios vieses, que também têm o efeito cumulativo de produzir falsos positivos. Esta postagem já está ficando um pouco longa demais, então vou citar três deles: o viés de produtividade, o viés de publicação (ou "efeito gaveta", para os íntimos) e a relutância em replicar.

Viés de produtividade é o fato de que o sistema de incentivos do mundo da pesquisa (promoções, prestígio, verbas) premia quem publica muitos estudos. Esse sistema, além de gerar distorções próprias, é ainda distorcido pelo viés de publicação, a constatação de que os periódicos preferem publicar resultados positivos: você dificilmente verá uma manchete com o título "Estudo comprova que azeitona preta não cura o câncer", por exemplo.

Isso quer dizer que, em havendo dois estudos -- ambos, à primeira vista, igualmente válidos -- um dizendo que azeitona preta cura o câncer o outro, que não cura, o primeiro será publicado e o segundo ficará engavetado. Isso sobrecarrega a literatura científica com resultados positivos, alguns dos quais serão falsos.

Essa deformação, por sua vez, é agravada pela relutância em replicar: em tese, todo resultado científico deve ser passível de reprodução. E reproduções ajudam a determinar se o resultado original é realmente válido (questões de fraude e erro à parte, sempre há a possibilidade de o fenômeno detectado ter acontecido por acaso, e não pelas razões alegadas pelos pesquisadores originais: numa replicação, é improvável que o mesmo acaso se manifeste outra vez). Mas replicações não são sexy: cientistas ganham prêmios por descobertas originais, não por refazer o trabalho dos outros.

Há estimativas da taxa de falsos positivos que assombra a literatura científica em geral, e a médica em particular, com alguns trabalhos sugerindo que um mínimo de 30% das descobertas são, na verdade, falsos positivos. O que é bem melhor do que os prováveis 100% nas terapias alternativas, mas ainda assim algo que deveria conter o entusiasmo de gente que adora manchetes que terminam com "diz estudo".

A presença renitente de falsos positivos talvez revele algo verdadeiramente positivo sobre nós: quando se trata de amenizar o sofrimento humano, nosso impulso é "tentar algo", mesmo que esse "algo" não tenha muito (ou nada) a recomendá-lo.

Mas trata-se de uma daquelas tristes situações em que bons sentimentos tendem a produzir maus resultados, ao alimentar ilusões (tanto de pacientes quanto de terapeutas que, assoberbados pelo viés de sobrevivência, passam a confiar nos próprios "poderes"), ao consumir recursos de modo ineficiente e, no limite, destruir vidas e prestigiar charlatões.

Comentários

  1. Vem muitos adjetivos na minha mente e muito poderia apontar, como o fato do sr. escrever um artigo que refere a fosfoetanolamina, mas pouquíssimo abordar sobre mesma mas ao invés disso falar de "terapias alternativas" e "vieses psicológicos", uma patética estratégia de articulação para associar a substancia a esses "tipo de tratamentos".

    Mas vou me limitar aos fatos, coisa que o sr. tem renegado aos seus crédulos leitores que acreditam prontamente em suas groselhas:

    Uma CPI foi instaurada em de outubro de 2017 para investigar a pesquisa feita no ICESP, pesquisa a qual, seus responsáveis concluíram ineficácia da substancia.
    Essa CPI foi concluída nessa quarta feira 04/04/2018 (ontem), onde de apurou falhas graves e indícios de má conduta nos testes do ICESP, entre elas:

    1) Amostragem abaixo do estabelecido. Os testes foram realizados em 72 pessoas, sendo que o necessário seria no mínimo 140 pacientes.

    2) Ministraram 3 pilulas em uma unica ingestão ao dia. As pilulas deveriam ter sido ministradas em 3 horários, uma pela manhã, outra depois do almoço e a ultima a noite.

    3) Não fizeram o teste de farmacocinética. Segundo Dr Sergio Daniel Simon, Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, a médica oncologista Regina Monteiro, a doutora Regina da Silva Monteiro, do Instituto Piero Pasolini Pesquisas e Estudos Transdisciplinares em Saúde, que deporam na CPI o teste de farmacocinética é essencial nesse tipo de estudo, para definir a dosagem e o intervalo em que as substancias do teste precisam ser ministradas.

    4) Segundo o deputado Ricardo Madalena, relator da CPI, no mesmo dia em que o dr. Paulo Hoff anunciou em coletiva de imprensa, a suspensão da pesquisa, no dia 31/03/2017 , foram compradas 180 frascos de capsulas da substancia, e mais 36 seis meses após esse pronunciamento.

    O sr. deveria ter respeito por seus leitores e parar de associar a imagem da substancia com "tratamentos alternativos".
    A fosfoetanolamina é um composto químico, os seus idealizadores, dr. Gilberto Chiriece, dr. Durvanei Augusto Maria, dr. Renato Meneguelo, nunca pediram pela aprovação da substância, sem a mesma passar pelos devidos testes, como o sr. e outros tem feito parecer.
    Pelo contrário, o que eles e muitos, como eu, queremos é que sejam feitos os testes corretamente, com o devido protocolo, com a devida dosagem, com o devido intervalo e a devida amostragem de pacientes.

    Para saber informações corretas sobre o caso da fosfoetanolamina:
    Uma reportagem sobre a CPI, exibida antes de ontem (03/04/2018)
    Um resumo do relatório oficial da CPI pode ser lido aqui
    Os depoimentos feitos na CPI, podem ser visto aqui
    Para ver como uma campanha de desinformação sobre a substancia tem sido feita desde os primeiros testes feitos pelo MCTI, recomendo a leitura desse meu artigo .

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    1. Hilton, a FOS foi associada às terapias alternativas nesta postagem pelo simples fato de que os únicos indícios de que ela seria eficaz são *do mesmo tipo* dos elencados a favor de coisas como homeopatia, reiki ou chás orientais: depoimentos de pacientes e a fala arrogante de seus promotores. A postagem explica porque esses indícios não são válidos.

      Quanto aos testes realizados no ICESP, se houve algo errado com eles, foi o fato de terem cartas marcadas *a favor* da fosfo -- a ausência de grupos de controle virtualmente garantia que qualquer efeito benéfico não específico, produzido por puro acaso, acabasse sendo atribuído à substância. Nem com essa enorme colher de chá houve resultado positivo.

      Você escreve que "A fosfoetanolamina é um composto químico, os seus idealizadores, dr. Gilberto Chiriece, dr. Durvanei Augusto Maria, dr. Renato Meneguelo, nunca pediram pela aprovação da substância, sem a mesma passar pelos devidos testes, como o sr. e outros tem feito parecer." A campanha pela aprovação forçada, via votação no Congresso e por cima da autoridade da Anvisa, nunca aconteceu, então?

      De reto, os testes conduzidos sob os auspícios do MCTI -- incluindo a prova da Unicamp de que o processo criado pelo professor Chieriche *não produz fosfoetanolamina*, e sim apenas impurezas degradadas -- já deixavam bem claro que novas pesquisas seriam apenas perda de tempo e dinheiro. Minha recomendação, caso se insista em prosseguir nisso, é que os campeões da fosfo paguem novos testes do próprio bolso e publiquem seus resultados em periódicos com revisão pelos pares.

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    2. "a FOS foi associada às terapias alternativas nesta postagem pelo simples fato de que os únicos indícios de que ela seria eficaz são *do mesmo tipo* dos elencados a favor de coisas como homeopatia..."

      E estamos batalhando para que sejam feitos os devidos testes, para que mostre corretamente se o composto funciona ou não.
      A CPI demostrou sem sobra de duvida que os testes feitos pelo ICESP, não foram conduzidos corretamente. Logo a "a ausência de grupos de controle" não foi uma colher de chá e sim outra entre tantas falhas aberrantes desse estudo que estamos apontando e pessoas como o sr. estão tentando esconder.

      "A campanha pela aprovação forçada, via votação no Congresso e por cima da autoridade da Anvisa, nunca aconteceu, então?"
      Essa campanha, foi motivada pelo dr. Gilberto Chierice, pois até onde eu vi, ele nunca pediu isso. Se outras pessoas o pedem, que sejam dada a devida responsabilidade dos seus atos.
      Eu tb nunca pedi e nunca pedirei por essa aprovação, mas uma vez o sr. utiliza a ardilosa estratégia de levar o caso para uma instancia inexistente ao invés de se ater os erros do ICESP.

      "De reto, os testes conduzidos sob os auspícios do MCTI -- incluindo a prova da Unicamp de que o processo criado pelo professor Chieriche *não produz fosfoetanolamina*..."

      Sr. Orsi, devo lhe adverti mais uma vez que não sou um dos ingênuos leitores que engolem essas lorotas furadas...
      Os testes do MCTI que acusaram essas "impurezas degradadas", não foram os realizados com a síntese de São Carlos (do dr. Chierice), mas com o composto feito na UNICAMP.
      A Defensoria Publica da União do Rio de Janeiro inqueriu o MCTI logo após esse teste, e cobrou explicações sobre essa falha e o MCTI assumiu que o teste não foi feito com a síntese enviada pelo dr. Chierice(coisa que o sr. e sua turma nunca mencionam) .
      Na fase seguinte, os testes em ratos com essa "síntese" da UNICAMP não apresentaram eficácia. No entanto dessa vez foi testada tb a verdadeira síntese do dr. Gilberto (dessa vez especificaram qual síntese e local de origem nos relatórios) e olha que coisa heinm??? Esse
      relatório aqui da "síntese São Carlos" mostrando a eficácia de redução tumoral em 32% em 36 dias de testes, sem apresentar efeitos colaterais , diferente dos quimioterápicos (mais um fato que o sr. não diz para os seus leitores).

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    3. "Os testes do MCTI que acusaram essas "impurezas degradadas", não foram os realizados com a síntese de São Carlos (do dr. Chierice), mas com o composto feito na UNICAMP.
      A Defensoria Publica da União do Rio de Janeiro inqueriu o MCTI logo após esse teste, e cobrou explicações sobre essa falha e o MCTI assumiu que o teste não foi feito com a síntese enviada pelo dr. Chierice(coisa que o sr. e sua turma nunca mencionam) ."

      Há uma equivocação aí que "sua turma" (para ficar numa expressão de que você aparentemente gosta) adora fazer: a equipe da Unicamp realizou a análise química das cápsulas produzidas por Chierice e constatou que elas continham quase que apenas impurezas. A mesma equipe executou, passo a passo, as instruções presentes no pedido de patente de Chierice e os resultados foram as mesmas impurezas. É a esses resultados que me referi (Chierice acusou a equipe da Unicamp de incompetência e disse que tinha um contra-laudo feito no exterior, mas nunca deixou nenhum cientista independente ler o tal contra-laudo; também foi convidado a acompanhar as análises realizadas na Unicamp, e nunca aceitou).

      Quanto ao resultado "positivo" linkado, faltou acrescentar que ele foi muito inferior ao do quimioterápico padrão e só apareceu em doses de 500 mg/kg de peso corporal, ante 2 mg/kg do quimio. Para um ser humano de 70 kg, isso significaria consumir 35 gramas de FOS por dia, muito mais do que o conteúdo das cápsulas "milagrosas" de São Carlos, e para um suposto benefício pífio (redução do tumor da ordem de 30%, quando quimioterápico obteve quase 70% no mesmo período), facilmente atribuível às impurezas presentes na amostra, como o veneno monoetanolamina (essas impurezas, aliás, são citadas no mesmo laudo).

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    4. "Unicamp realizou a análise química das cápsulas produzidas por Chierice e constatou que elas continham quase que apenas impurezas"
      Composição que foi mostrada estar em desacordo com o descrito no pedido de patente. Ademais o testes em seguida com as diferentes sínteses é a prova cabal que a síntese da UNICAMP não é igual a de São Carlos... simples assim.

      "Quanto ao resultado "positivo" linkado, faltou acrescentar que ele foi muito inferior ao do quimioterápico padrão e só apareceu em doses de 500 mg/kg de peso corporal, ante 2 mg/kg do quimio..."
      Sim, quimioterápicos, que o sr. tb precisaria informar que desencadeiam efeitos colaterais avassaladores.
      Toda essa comparação:
      500 mg/kg de fosfo vs 2mg/kg de quimio;
      32% de redução pela fosfo vs 64% de quimio (e não 70%);

      É a jogada mais capciosa que o sr. e sua turma (sim, posso listar um por um se preferir) fazem, pois:

      500 mg de fosfo é bem mais barato que 2 mg de quimioterapico;
      A fosfo apresentou 32% de eficacia sem desencadear efeitos colaterais (diferente do quimio), o teste levou 36 dias, no entanto a fosfo poderia continuar sendo ministrada continuamente, por conta de não apresentar efeitos colaterais, já o quimio não.

      Logo o custo beneficio, no que diz respeito tanto ao preço mas tb aos efeitos colaterais a fosfo é mais viável.

      Ademais esses testes tem como unica obrigação identificar se há eficácia ou não, alem dos efeitos colaterais é claro, dado essas informações, deixem que as pessoas decidam qual tratamento lhe convém.

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  2. Não existe do documento do MCTI relatando eficácia da fosfo. O que existe são vários testes que mostram a ineficácia da substância e a presença de composto tóxico em sua síntese. Qiuanto ao teste clínico do Icesp, seria bom frisar sempre que teve o aval e a chancela do Chierice, que foi acompanhada por seus prepostos que só reclamaram quando a pesquisa não apresentou os resultados fabulosos que esperavam. Quanto à redução no número de pacientes envolvidos no teste, ela se deu pelo simples fato de, ao longo do teste, se constatar que a fosfo não tinha nenhum efeito e, eticamente, não se arrola mais pacientes para teste de composto que não tem efeito

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    1. Ruth Helena Bellinghini, muito obrigado pela resposta.
      Vamos lá:
      "Não existe do documento do MCTI relatando eficácia da fosfo"
      O relatório "Avaliação da Atividade Antitumoral da Fosfoetanolamina Sintética (USP – São Carlos) em Modelo de Tumor Xenográfico de Melanoma Humano em Camundongos." que linquei na msg, anterior, contem em sua conclusão: "Os resultados descritos neste relatório demonstraram que a Fosfoetanolamina
      Sintética (USP-São Carlos), na dose de 500 mg/kg, mas não na dose de 200 mg/Kg, foi
      capaz de retardar o crescimento tumoral no modelo de tumor xenográfico de melanoma
      humano subcutâneo, com redução do volume tumoral final de 34% no 36º dia"


      "Qiuanto ao teste clínico do Icesp, seria bom frisar sempre que teve o aval e a chancela do Chierice"
      Não. Na CPI foi inquerido isso, o Gilberto Chierice, não participou da definição do protocolo (como esta sendo dito por aí), foi requisitado qualquer documento que demostrasse a aprovação dele, apenas houve um e-mail, ao qual o professor Chierice, desaprovava o protocolo definido.
      Foi interrogado varios auditores, todos afirmaram que o protocolo foi pre definido sem qualquer aval dos mesmos.

      "Quanto à redução no número de pacientes envolvidos no teste, ela se deu pelo simples fato de, ao longo do teste, se constatar que a fosfo não tinha nenhum efeito e, eticamente, não se arrola mais pacientes para teste de composto que não tem efeito"
      Não. Essa quantidade foi estabelecida antes do inicio dos testes. Aliás jamais pode se alterar a quantidade da amostragem depois de iniciar qualquer estudo cientifico.

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  3. Ah, acabei esquecendo de mencionar na ultima mensagem:
    "facilmente atribuível às impurezas presentes na amostra, como o veneno monoetanolamina"
    Não mesmo. Pois tb foi feito um teste com a monoetanolamina pura para verificar se essa era de fato o principio ativo.
    O resultado deu negativo como pode se ver no relatório "AVALIAÇÃO DA POSSÍVEL ATIVIDADE ANTITUMORAL DA MONOETANOLAMINA EM MODELO DE TUMOR XENOGRÁFICO DE MELANOMA HUMANO EM CAMUNDONGOS"

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    1. Hmmm, bem notado. Não deve ter sido a mono, então. Imagino o que teria causado o crescimento excepcional do câncer nos animais que receberam a "fosfo" a 200 mg/kg (14 vezes, ante 13 do grupo de controle).

      Mas resumindo: se querem mais testes da mistura de impurezas produzida pelo processo de Chierice e que as pessoas resolveram chamar de "fosfo", que façam. Mas (1) não com dinheiro público, por favor, e (2) até que surjam resultados positivos robustos e aprovados por "peer-review", acreditar em "fosfo" não tem mais base do que acreditar em suco de babosa.

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    2. Isso poderia ser atribuído ao fato de que a substancia como tantas outras são dependentes, sabe o que é isso? Que ela funciona apenas na dosagem adequada (500mg), como o próprio relatório mostra e o sr. mesmo mostrou que leu essa parte.
      Algo que mais me impressiona é o sr. e sua turma indagarem sobre isso...
      Os senhores opinam sobre tantos estudos científicos mas não tem conhecimento que um medicamento deve ser ministrado em sua dosagem indicada, pois caso contrário o mesmo pode não surtir efeito?
      Complicado isso, senhor Orsi...

      "surjam resultados positivos robustos e aprovados por "peer-review" "
      O sr. deveria saber que há publicações de estudos "peer-review" de estudos pre clínicos por parte da equipe do professor Chierice, basta dar uma pesquisada básica aqui ,
      aqui e aqui
      Ah, e antes que o senhor venha com sua jogadinha batida de dizer que há apenas testes pre clínicos e não clínicos, te advirto mais uma vez que não sou um dos seus leitores ingênuos.
      Toda essa polemica que estamos presenciando desde 2015 se deve unicamente pq os estudos clínicos que foram solicitados pelo professor Gilberto Chierice ao Hospital Amaral de Carvalho, não foram realizados.
      O professor Chierice, tem toda a documentação que mostra essa patota, ele já apresentou varias vezes nas comissões no senado.

      Ademais, o dinheiro como o sr. disse é publico e não só do sr., tb é meu e de muitas outras pessoas que querem que se façam esses testes corretamente.

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    3. Pode ser util:
      https://en.m.wikipedia.org/wiki/Dose–response_relationship

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  4. Excelente texto. E fica confirmado nos comentários o efeito "Franklin".

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  5. Sim, meu caro "Anônimo", muito útil e esclarecedor esse link.
    Alem disso, uma dosagem de um medicamento, abaixo do recomendado pode fazer com que diferentes tipos de resistência sejam desencadeados, incluindo (no caso de tumores) até a evolução do mesmo.
    Como disse antes, algo tão básico que até pessoas com escolaridade básica sabem, que não se pode ministrar um medicamento abaixo ou acima de sua indicação. No entanto os "divulgadores científicos" aí parecem ignorar tal fato, alem das outras tantas provas claras dos erros nesses testes, que listei acima.
    E depois é nós que estamos sobre efeito "Franklin" e sabe lá mais oq...

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    1. Corrigindo:
      E depois é nós que estamos sob o efeito "Franklin" e sabe lá mais oq...

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  6. Isso sem contar que o suplemento produzido pelo dr meneguelo nem fosfoet tinha

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