Mais uma métrica para qualidade científica aí, gente

Publicada na revista Science, uma análise estatística da produtividade de milhares de pesquisadores de diversas áreas, bem como do impacto dos artigos desses cientistas, mostra que os trabalhos mais influentes distribuem-se de modo aleatório ao longo da sequência de publicações de cada carreira individual, embora os cientistas mais bem- sucedidos acumulem mais publicações, com maior impacto, nas primeiras duas décadas de atividade científica.

Numa tentativa de modelar os parâmetros que regem as principais métricas usadas na avaliação institucional de pesquisadores, os autores, da Europa e dos Estados Unidos, buscaram separar os efeitos da sorte e do mero volume de publicações sobre o impacto geral da careira, e chegaram a um fator, que chamaram de “Q”, que “captura a capacidade de um pesquisador de tirar vantagem do conhecimento disponível de modo a ampliar (Q > 1) ou reduzir (Q < 1) o impacto de um artigo α”.

O valor de “Q”, diz o artigo, é constante ao longo da carreira do pesquisador. “O modelo obtido pressupõe que cada cientista seleciona ao acaso um projeto com potencial pα, e o aperfeiçoa com um fator Qi que é exclusivo do cientista, resultando num artigo de impacto. Publicações de impacto verdadeiramente alto, portanto, são resultado de um cientista de alto Qi selecionar, por sorte, um projeto de alto pα; qualquer cientista, independentemente de seu parâmetro Qi, pode publicar artigos de baixo impacto ao selecionar um pα baixo”. (Esta nota faz parte da coluna Telescópio do Jornal da Unicamp)

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