Falso disco voador (re)encontrado em museu

Os restos de um "UFO" que teria caído num pântano inglês em 1957, poucas semanas após o lançamento do Sputnik, foram redescobertos, recentemente, no depósito do Museu de Ciência de Londres, informou, no início do mês, o jornal Yorkshire Post. O autor do artigo que relata a descoberta, jornalista David Clarke, é autor do livro How UFOs Conquered the World, que aborda a saga dos objetos voadores não-identificados como fenômeno cultural. Como mostram fotos de jornal de 60 anos atrás, o suposto óvni -- que, antes de desaparecer no depósito do museu, chegou a ser declarado "a fraude mais cara e bem elaborada da Grã-Bretanha" -- era uma miniatura:



Depois de descoberto, o suposto disco voador foi aberto, revelando em seu interior um livreto de folhas de cobre cobertas por "hieroglifos". Decifrados pelo dono de uma cafeteria (yep), esses sinais mostraram-se um aviso dos extraterrestres para os humanos, exortando os terráqueos a evitar um conflito nuclear: "evoluam ou desapareçam".

Documentos encontrados no museu londrino junto com os remanescentes do objeto mostram que ele foi enviado à capital para análise em 1963. Um memorando assinado por um especialista em meteoritos do Museu de História Natural de Londres afirma que o cientista "apostaria qualquer coisa" que o objeto era de fabricação terrestre. Metalurgistas da Universidade de Manchester, por sua vez, concluíram que o metal do disco voador jamais estivera no espaço.

De acordo com a história reportada originalmente nos anos 50, três homens estavam num carro, passando pelo pântano, quando o veículo falhou e uma luz estranha apareceu no céu e um objeto caiu nas proximidades. O motorista saiu do carro e encontrou o objeto. Depois voltou ao veículo para chamar os amigos mas, quando os três retornaram ao local da queda,  não havia mais nada lá.

O motorista, um empresário local, decidiu pôr então um anúncio no jornal sobre o objeto, e um homem misterioso respondeu. Esse homem teria vendido o disco voador para o empresário por dez libras (algo em torno de R$ 900, em dinheiro de hoje). O livreto de cobre foi encontrado depois que o empresário e seus amigos abriram o disco metálico, semelhante a um pião (ou a uma peça de efeitos especiais de um filme ruim).

 
A autoria e o objetivo da fraude nunca foram esclarecidos. Se a história da venda do "UFO" pelo "homem misterioso", por dez libras, for verdadeira, essa soma representa o único lucro gerado pelo suposto disco voador. Se é que foi lucro: especula-se que a construção do objeto tenha custado bem mais que isso.

Claro, nem toda fraude tem ganho financeiro direto como meta. Prestígio, publicidade ou pura malícia também contam. A mensagem de paz "decifrada" sugere a possibilidade de uma "fraude piedosa", o uso da mentira ou de um esquema fraudulento para "espalhar a palavra" e amplificar o impacto de uma mensagem tida como positiva.

Fraudes piedosas são um fenômeno relativamente comum na religião e, dada a mudança de zeitgeist trazida pelas corridas espacial e armamentista do século passado, não seria surpresa se aliens passassem a desempenhar o papel antes reservado aos anjos.

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