Conan Doyle para o Dia da Mulher
Minha humilde sugestão para este Dia Internacional da Mulher é a leitura de um conto de Sir Arthur Conan Doyle. Algo um tanto quanto raro em sua época, Conan Doyle tinha um grande respeito -- simpatia, até -- por mulheres trabalhadoras, como fica claro no grande número de clientes femininas de Sherlock Holmes que eram, não duquesas ou imperatrizes, mas secretárias, babás, governantas. Essa característica tinha, provavelmente, raiz autobiográfica: o pai, Charles Altamont Doyle, era um alcoólatra que passou a maior parte da vida internado, o que forçou a mãe de Conan Doyle a tomar as rédeas da família. Além disso, as irmãs do escritor acabaram, por força das circunstâncias, tornando-se jovens profissionais.
Também, é claro, não podemos deixar de notar que Holmes foi sido derrotado apenas uma única vez, nas crônicas do Dr. Watson -- e por uma mulher.
Conan Doyle escreveu muito mais do que as aventuras do Grande Detetive, no entanto. Uma de suas obras menos lembradas, hoje em dia, é a coletânea de contos Round the Red Lamp, com histórias envolvendo médicos e medicina ("red lamp", lâmpada vermelha, é uma alusão à luz que os doutores deixavam acesas no lado de fora de suas casas, como aviso que que ali atendia um médico). E uma das histórias dessa coletânea, The Doctors of Hoyland, fala de uma mulher que decide praticar a medicina numa cidadezinha do interior da Inglaterra, enfrentando, principalmente, o preconceito do médico-macho tradicional do lugar.
O conto chama atenção por ser extremamente simpático à personagem feminina, e também por levantar questões que estão mal resolvidas até hoje, como o dilema (real ou aparente) entre carreira e família. Longe de ser um manifesto feminista -- a história segue firmemente enraizada nas tradições vitorianas --, é uma leitura leve que ajuda a pensar em como ideias importantes da atualidade desenvolveram-se, a partir de um estado embrionário e com inúmeras idas e vindas, ao longo dos últimos cento e poucos anos.
O link para uma edição online de The Doctors of Hoyland pode ser encontrado aqui. Quem preferir baixar uma cópia PDF da edição original de 1894 pode achar o arquivo aqui. Boa leitura!
Também, é claro, não podemos deixar de notar que Holmes foi sido derrotado apenas uma única vez, nas crônicas do Dr. Watson -- e por uma mulher.
Conan Doyle escreveu muito mais do que as aventuras do Grande Detetive, no entanto. Uma de suas obras menos lembradas, hoje em dia, é a coletânea de contos Round the Red Lamp, com histórias envolvendo médicos e medicina ("red lamp", lâmpada vermelha, é uma alusão à luz que os doutores deixavam acesas no lado de fora de suas casas, como aviso que que ali atendia um médico). E uma das histórias dessa coletânea, The Doctors of Hoyland, fala de uma mulher que decide praticar a medicina numa cidadezinha do interior da Inglaterra, enfrentando, principalmente, o preconceito do médico-macho tradicional do lugar.
O conto chama atenção por ser extremamente simpático à personagem feminina, e também por levantar questões que estão mal resolvidas até hoje, como o dilema (real ou aparente) entre carreira e família. Longe de ser um manifesto feminista -- a história segue firmemente enraizada nas tradições vitorianas --, é uma leitura leve que ajuda a pensar em como ideias importantes da atualidade desenvolveram-se, a partir de um estado embrionário e com inúmeras idas e vindas, ao longo dos últimos cento e poucos anos.
O link para uma edição online de The Doctors of Hoyland pode ser encontrado aqui. Quem preferir baixar uma cópia PDF da edição original de 1894 pode achar o arquivo aqui. Boa leitura!
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