Remédio para emagrecer. Proibir resolve?
"O contrabando de bebidas alcoólicas foi tão essencial para o crime organizado e a Máfia quanto a galinha é para o ovo. Ele virtualmente salvou as grandes gangues (...) enquanto anteriormente políticos contratavam criminosos, o contrabando tornou os criminosos tão ricos que eles começaram a comprar políticos no atacado".
O trecho acima foi extraído do verbete "Bootlegging" de The Mafia Encyclopedia, e me veio à mente quando li que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estuda proibir os medicamentos para emagrecer derivados de anfetamina e a sibutramina. Outra coisa de que me lembrei foi de um gráfico publicado na edição mais recente da revista Wired, mostrando quais as atividades criminosas mais rentáveis do mundo.
No topo, com uma receita de US$ 38 bilhões: contrabandear cocaína para os Estados Unidos.
Proibir um produto não significa tirá-lo do mercado, significa lançá-lo no mercado negro. E o mercado negro de emagrecedores -- e pseudoemagrecedores -- já é bem parrudo. Claro, o papel da Anvisa é avaliar se o medicamento funciona e é seguro, e vetá-lo caso contrário.
Mas a experiência da Lei Seca mostra que tentar fazer isso com uma substância que já conta com uma cultura de consumo estabelecida pode simplesmente jogar os consumidores renitentes nos braços de contrabandistas e falsificadores, causando enormes prejuízos sociais.
E essa é uma questão interessante: até que ponto as pílulas emagrecedoras já estão tão incorporadas à cultura brasileira quanto, digamos, o cigarro e o álcool? e, se já estiverem, o que se pode fazer a respeito?
O caso do combate ao tabagismo, onde uma abordagem em "pinça" -- de um lado, restrições legais que não chegam a proibir o produto de vez; de outro, uma mudança de cultura que altera a forma como as pessoas veem conceitos como beleza e elegância -- talvez possa servir de exemplo.
Ainda mais porque a transformação cultural em torno do cigarro foi alimentada por doses maciças de informação científica, oferecida livremente ao público, a respeito de riscos e malefícios.
O trecho acima foi extraído do verbete "Bootlegging" de The Mafia Encyclopedia, e me veio à mente quando li que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estuda proibir os medicamentos para emagrecer derivados de anfetamina e a sibutramina. Outra coisa de que me lembrei foi de um gráfico publicado na edição mais recente da revista Wired, mostrando quais as atividades criminosas mais rentáveis do mundo.
No topo, com uma receita de US$ 38 bilhões: contrabandear cocaína para os Estados Unidos.
Proibir um produto não significa tirá-lo do mercado, significa lançá-lo no mercado negro. E o mercado negro de emagrecedores -- e pseudoemagrecedores -- já é bem parrudo. Claro, o papel da Anvisa é avaliar se o medicamento funciona e é seguro, e vetá-lo caso contrário.
Mas a experiência da Lei Seca mostra que tentar fazer isso com uma substância que já conta com uma cultura de consumo estabelecida pode simplesmente jogar os consumidores renitentes nos braços de contrabandistas e falsificadores, causando enormes prejuízos sociais.
E essa é uma questão interessante: até que ponto as pílulas emagrecedoras já estão tão incorporadas à cultura brasileira quanto, digamos, o cigarro e o álcool? e, se já estiverem, o que se pode fazer a respeito?
O caso do combate ao tabagismo, onde uma abordagem em "pinça" -- de um lado, restrições legais que não chegam a proibir o produto de vez; de outro, uma mudança de cultura que altera a forma como as pessoas veem conceitos como beleza e elegância -- talvez possa servir de exemplo.
Ainda mais porque a transformação cultural em torno do cigarro foi alimentada por doses maciças de informação científica, oferecida livremente ao público, a respeito de riscos e malefícios.
Nossos políticos e nosso governo, Anvisa incluída, tem o hábito de se considerarem onipotentes. Uma canetada deles revoga até o teorema de Pitágoras.
ResponderExcluirE boa parte do público vai na onda, achando bacana acreditar que a solução de todos os problemas está ao alcance da mão, bastando apenas a tal da "vontade política".
Não houve um caso de um estado americano, lá pelos 1880, que decretou que pi valia exatamente 3 ?
Acredito que o que vale mais é o bom senso. Eu busco uma ajuda pra emagrecer e vou buscar opinião médica sobre medicamentos. Minha endocrinologista me passou um remédio que ao ver dela se encaixa dentro do meu caso. Então procurei informação sobre ele (encontrei ótimas referências nesse site) e estou avaliando os prós e contras antes de decidir pelo uso ou não do remédio. E se proibir um, existem vários outros. Mas acredito que regulamentação séria seja uma solução viável.
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