Meus "5 mais" e a Bienal de SP
Para quem perdeu no fim de semana: o blog da Editora Draco publicou uma pequena entrevista comigo, onde faço alguns comentários rápidos a respeito dos escritores que me são mais caros -- deveriam ser apenas cinco (o nome da seção é "Top 5"), mas dei um jeito de embutir alguns a mais. Dá para acessar o material neste link.
A imagem ao lado, por falar nisso, é uma ilustração de Frank Frazetta mostrando Kane, o espadachim imortal, herói de alguns poucos romances e contos de fantasia escritos pelo americano Karl Edward Wagner. A saga de Kane é uma de minhas séries de fantasia favoritas, mas acho que nunca saiu nada dele aqui no Brasil. Faço um comentário a respeito do que mais admiro nas desventuras do grandalhão ruivo lá no Top 5.
Indo da fantasia para a ficção científica, neste domingo, 12, estarei na Bienal Internacional do Livro de São Paulo para autografar exemplares de Space Opera 2, livro de contos em que tenho participação (se não estou enganado, minha história abre o volume), e talvez também de minha novela solo As Dez Torres de Sangue e, por que não?, o romance Guerra Justa.
A sessão de autógrafos acontece no estande da editora Vermelho Marinho, rua O-69, a partir das 17h. Na Bienal de 2010 eu estava por lá lançando o romance de ficção científica juvenil Nômade, o que sugere que ando mantendo um ritmo até que razoável de publicações. Espero conseguir lançar ainda mais um volume solo de contos neste ano, para marcar minhas duas décadas como escrevinhador de ficção. A ver veremos.
Falando em Bienal do Livro, sou obrigado a confessar que a cada ano vejo menos graça no evento, que frequento religiosamente desde 1990. A coisa toda parece ter virado uma enorme galeria de megastores, todas vendendo caralhadas dos mesmos best-sellers de sempre, acotovelando-se em meio a saldões de revistas de tricô e barraquinhas de livros religiosos.
Não me interesso por tricô, e se eu realmente quiser comprar 50 Tons de Cinza ou alguma coisa de Chico Xavier, é muito mais prático ir até a livraria da esquina, à banca de jornais ou pedir pela internet, o que me poupa do risco de ser prensado num interminável corredor polonês formado por hordas de bárbaros semialfabetizados empunhando clavas de algodão-doce, de um lado, e gente metida a besta fazendo cosplay involuntário de escritor beatnik, do outro.
Na Bienal de 2010 ainda consegui garimpar alguns títulos preciosos nos estandes da 34 Letras e da Zahar mas, no geral, o desconforto e a superlotação parecem estar crescendo na mesma proporção em que o número de oportunidades para encontrar coisas inesperadas ou interessantes cai. Muitos de meus livreiros e editores favoritos nem participam mais do evento com estandes próprios.
Quando eu estava na faculdade, um professor certa vez disse que a imprensa brasileira -- na época, iniciando seu tórrido caso de amor com textos cada vez mais curtos, infográficos cada vez mais vistosos e redações cada vez mais cheias de estagiários -- estava buscando a quadratura do círculo, ao tentar criar um produto impresso que agradasse à massa que não gostava de, ou não sabia como, ler. Dizia o professor que só o que os jornais conseguiriam seria perder o respeito de quem tinha apreço pela palavra escrita, e sem conquistar nada em troca, já que o grande público continuaria grudado na televisão (a internet nem tinha chegado, ainda).
A Bienal, agora, parece estar, do se jeito, indo pelo mesmo caminho. Mas, enfim, a esperança flui eterna no coração dos tolos, então estarei lá, mais uma vez. E, mesmo que o resto da feira falhe miseravelmente em oferecer coisas inesperadas ou interessantes, o cantinho da Draco certamente fará sua parte para defender a retaguarda da exuberância criativa contra a morte da luz. Embora eu seja, é óbvio, mais do que suspeito para dizer isso.
A imagem ao lado, por falar nisso, é uma ilustração de Frank Frazetta mostrando Kane, o espadachim imortal, herói de alguns poucos romances e contos de fantasia escritos pelo americano Karl Edward Wagner. A saga de Kane é uma de minhas séries de fantasia favoritas, mas acho que nunca saiu nada dele aqui no Brasil. Faço um comentário a respeito do que mais admiro nas desventuras do grandalhão ruivo lá no Top 5.
Indo da fantasia para a ficção científica, neste domingo, 12, estarei na Bienal Internacional do Livro de São Paulo para autografar exemplares de Space Opera 2, livro de contos em que tenho participação (se não estou enganado, minha história abre o volume), e talvez também de minha novela solo As Dez Torres de Sangue e, por que não?, o romance Guerra Justa.
A sessão de autógrafos acontece no estande da editora Vermelho Marinho, rua O-69, a partir das 17h. Na Bienal de 2010 eu estava por lá lançando o romance de ficção científica juvenil Nômade, o que sugere que ando mantendo um ritmo até que razoável de publicações. Espero conseguir lançar ainda mais um volume solo de contos neste ano, para marcar minhas duas décadas como escrevinhador de ficção. A ver veremos.
Falando em Bienal do Livro, sou obrigado a confessar que a cada ano vejo menos graça no evento, que frequento religiosamente desde 1990. A coisa toda parece ter virado uma enorme galeria de megastores, todas vendendo caralhadas dos mesmos best-sellers de sempre, acotovelando-se em meio a saldões de revistas de tricô e barraquinhas de livros religiosos.
Não me interesso por tricô, e se eu realmente quiser comprar 50 Tons de Cinza ou alguma coisa de Chico Xavier, é muito mais prático ir até a livraria da esquina, à banca de jornais ou pedir pela internet, o que me poupa do risco de ser prensado num interminável corredor polonês formado por hordas de bárbaros semialfabetizados empunhando clavas de algodão-doce, de um lado, e gente metida a besta fazendo cosplay involuntário de escritor beatnik, do outro.
Na Bienal de 2010 ainda consegui garimpar alguns títulos preciosos nos estandes da 34 Letras e da Zahar mas, no geral, o desconforto e a superlotação parecem estar crescendo na mesma proporção em que o número de oportunidades para encontrar coisas inesperadas ou interessantes cai. Muitos de meus livreiros e editores favoritos nem participam mais do evento com estandes próprios.
Quando eu estava na faculdade, um professor certa vez disse que a imprensa brasileira -- na época, iniciando seu tórrido caso de amor com textos cada vez mais curtos, infográficos cada vez mais vistosos e redações cada vez mais cheias de estagiários -- estava buscando a quadratura do círculo, ao tentar criar um produto impresso que agradasse à massa que não gostava de, ou não sabia como, ler. Dizia o professor que só o que os jornais conseguiriam seria perder o respeito de quem tinha apreço pela palavra escrita, e sem conquistar nada em troca, já que o grande público continuaria grudado na televisão (a internet nem tinha chegado, ainda).
A Bienal, agora, parece estar, do se jeito, indo pelo mesmo caminho. Mas, enfim, a esperança flui eterna no coração dos tolos, então estarei lá, mais uma vez. E, mesmo que o resto da feira falhe miseravelmente em oferecer coisas inesperadas ou interessantes, o cantinho da Draco certamente fará sua parte para defender a retaguarda da exuberância criativa contra a morte da luz. Embora eu seja, é óbvio, mais do que suspeito para dizer isso.
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