Bárbaros, mas boa gente

Crânio modificado, prática dos hunos que pode ter sido adotada pelos fazendeiros na fronteira romana 


Análise de ossos de cemitérios húngaros do século 5 EC, localizados na fronteira do que era então a província romana de Panônia, indica que a entrada na Europa Oriental dos nômades hunos, nos anos finais do Império Romano, envolveu não apenas saques e violência, mas também estratégias pacíficas de coexistência. Pesquisadores britânicos e húngaros analisaram a composição isotópica – os diferentes tipos de átomos de um mesmo elemento – do colágeno dos ossos e do esmalte e da dentina dos dentes dos corpos encontrados.

Essa composição, explicam os autores do trabalho publicado no periódico de livre acesso PLoS ONE, permite deduzir hábitos de dieta. Além disso, uma variação grande na composição isotópica num mesmo esqueleto sugere um modo de vida nômade, em que o indivíduo consome alimentos de diferentes origens geográficas ao longo da vida.

A análise mostrou que ambas as populações, tanto os agricultores sedentários da fronteira da Panônia quanto os nômades/invasores hunos, tinham dietas altamente variáveis, o que sugere que os dois grupos adotavam estratégias flexíveis de subsistência. “Nômades podem ter adotado rebanhos menores, e os colonos romanos podem ter integrado a criação de animais a suas práticas”, diz nota divulgada pelo periódico. “Isso sugere que, em vez de ter sido caracterizado apenas por violência, o fim do Império Romano pode ter incluído cooperação e coexistência dos povos na fronteira”. Leia a nota completa no Telescópio do Jornal da Unicamp.

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