LHC vai rodar em 2012!
O Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN) anunciou -- press-release aqui -- que o Grande Colisor de Hádrons, o LHC, vai funcionar durante 2012. Problemas orçamentários do CERN, ligados à crise econômica que assola a Europa, haviam levado à decisão de interromper o funcionamento do colisor no ano que vem, para juntar grana para uma retomada mais à frente.
Agora, o CERN informa que após "uma curta parada técnica no fim de 2011", o colisor voltará a operar no ano que vem, em busca de "nova física", antes de parar para ser recondicionado para a temporada 2014, quando atingirá, finalmente, a energia de 7 TeV ("Tera-elétron-Volt") por raio.
Esse negócio de "elétron-Volt" e "Tera-elétron-Volt" costuma não ficar muito bem explicado na maioria das reportagens sobre o LHC, então vamos lá:
O elétron-Volt é uma unidade de medida de energia, como o Joule, de que você certamente já ouviu falar (se não dormiu nessa aula).
A questão é que o Joule é uma unidade criada para quantificar a energia gerada e usada no dia-a-dia, em carros, hidrelétricas, etc. O consumo médio mensal de uma residência no Brasil, por exemplo, é da ordem de 540 milhões de Joules, ou Mega Joules.
Já o elétron-Volt é uma unidade mais afeita ao mundo das partículas subatômicas. E, assim como "Mega" é um prefixo grego que denota "milhão", "Tera" denota "trilhão". Ao lado, você vê uma simpática tabela de prefixos do tipo, cortesia do WolframAlpha.
No caso, 1 TeV corresponde à energia cinética de um mosquito voando. Assim, 7 TeV, a energia que o LHC espera atingir em 2014, corresponde a sete mosquitos circulando pela sala. Não parece grande coisa até que se pare para pensar que essa é a energia de cada próton.
Não só os prótons são muito menores que mosquitos, como cada raio -- ou feixe de prótons -- do LHC é composto de bilhões de prótons individuais. A energia esperada de um raio de intensidade máxima será de 386 MJ, ou pouco mais do que 70% da necessária para manter uma casa brasileira funcionando por um mês. Tudo concentrado em alguns milésimos de milímetro (detalhes, aqui).
O objetivo disso tudo é, como se diz, descobrir uma "nova física". Todo mundo fala do bóson de Higgs -- a partícula hipotética que confere massa às demais -- mas a minha descoberta favorita (caso ocorra) será a de dimensões extras.
Energias extremamente elevadas produzem partículas com comprimentos de onda muito pequenos -- os fótons de raios-X, que têm energia suficiente para danificar moléculas, possuem um comprimento de onda bem inferior ao da luz comum, por exemplo -- e eventualmente uma dessas partículas poderá "desaparecer" numa minidimensão, pequena demais para ser penetrada pelas partículas conhecidas.
Agora, o CERN informa que após "uma curta parada técnica no fim de 2011", o colisor voltará a operar no ano que vem, em busca de "nova física", antes de parar para ser recondicionado para a temporada 2014, quando atingirá, finalmente, a energia de 7 TeV ("Tera-elétron-Volt") por raio.
Esse negócio de "elétron-Volt" e "Tera-elétron-Volt" costuma não ficar muito bem explicado na maioria das reportagens sobre o LHC, então vamos lá:
O elétron-Volt é uma unidade de medida de energia, como o Joule, de que você certamente já ouviu falar (se não dormiu nessa aula).
A questão é que o Joule é uma unidade criada para quantificar a energia gerada e usada no dia-a-dia, em carros, hidrelétricas, etc. O consumo médio mensal de uma residência no Brasil, por exemplo, é da ordem de 540 milhões de Joules, ou Mega Joules.
Já o elétron-Volt é uma unidade mais afeita ao mundo das partículas subatômicas. E, assim como "Mega" é um prefixo grego que denota "milhão", "Tera" denota "trilhão". Ao lado, você vê uma simpática tabela de prefixos do tipo, cortesia do WolframAlpha.
No caso, 1 TeV corresponde à energia cinética de um mosquito voando. Assim, 7 TeV, a energia que o LHC espera atingir em 2014, corresponde a sete mosquitos circulando pela sala. Não parece grande coisa até que se pare para pensar que essa é a energia de cada próton.
Não só os prótons são muito menores que mosquitos, como cada raio -- ou feixe de prótons -- do LHC é composto de bilhões de prótons individuais. A energia esperada de um raio de intensidade máxima será de 386 MJ, ou pouco mais do que 70% da necessária para manter uma casa brasileira funcionando por um mês. Tudo concentrado em alguns milésimos de milímetro (detalhes, aqui).
O objetivo disso tudo é, como se diz, descobrir uma "nova física". Todo mundo fala do bóson de Higgs -- a partícula hipotética que confere massa às demais -- mas a minha descoberta favorita (caso ocorra) será a de dimensões extras.
Energias extremamente elevadas produzem partículas com comprimentos de onda muito pequenos -- os fótons de raios-X, que têm energia suficiente para danificar moléculas, possuem um comprimento de onda bem inferior ao da luz comum, por exemplo -- e eventualmente uma dessas partículas poderá "desaparecer" numa minidimensão, pequena demais para ser penetrada pelas partículas conhecidas.
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