O cachorro unicelular imortal apronta mais uma
A revista Science desta semana traz um artigo sobre uma das mais bizarras formas de vida existentes na Terra: o Tumor Venéreo Transmissível Canino, ou TVTC. Agora, talvez você esteja confuso: eu falei em ser vivo e dei o nome de uma doença. Como assim?
Bom, o fato é que o tumor canino é um ser vivo -- basicamente, uma célula que passa de um cão para outro (como o "venéreo" do nome diz, geralmente durante o ato sexual) e sobrevive como parasita do novo hospedeiro, sequestrando recursos de seu corpo para reproduzir-se.
O que faz do TVTC uma criatura única, diferente de praticamente todos os parasitas conhecidos (o único caso similar ocorre em diabos da Tasmânia) é o fato de que, geneticamente, ele é um animal canino. Você pode imaginá-lo como um cão unicelular que vive pulando de hospedeiro em hospedeiro há 10.000 anos. Sabe-se que os tumores atuais têm todos um ancestral comum de alguns séculos atrás.
(Fico imaginando a questão bioética que surgiria se uma doença assim aparecesse na raça humana: afinal, a célula parasita, sendo geneticamente humana e distinta do hospedeiro, deveria ser considerada uma pessoa? Eu acho que não, mas...)
O artigo na Science diz que uma das estratégias usadas pelo tumor para sobreviver envolve a captura de mitocôndrias do hospedeiro. Mitocôndrias são estruturas que produzem energia para a célula, e têm um DNA próprio -- cientistas acreditam que no passado elas eram uma forma de vida à parte, que acabou assimilada às células que viriam a evoluir nos seres pluricelulares (peixes, mosquitos, cães, gatos, você) há mais ou menos 2 bilhões de anos.
Os autores do novo artigo, do University College London, chegaram a essa conclusão notando alguns casos de forte semelhança entre o DNA mitocondrial do tumor e o do cão hospedeiro, enquanto que o material genético do núcleo da célula do câncer mantinha-se livre de parentesco com o do anfitrião.
Para além da curiosidade, é possível que a mesma tática seja usada por outros tipos de câncer, inclusive as variedades humanas.
(A imagem no alto da postagem mostra uma colônia de totozinhos milenares)
Bom, o fato é que o tumor canino é um ser vivo -- basicamente, uma célula que passa de um cão para outro (como o "venéreo" do nome diz, geralmente durante o ato sexual) e sobrevive como parasita do novo hospedeiro, sequestrando recursos de seu corpo para reproduzir-se.
O que faz do TVTC uma criatura única, diferente de praticamente todos os parasitas conhecidos (o único caso similar ocorre em diabos da Tasmânia) é o fato de que, geneticamente, ele é um animal canino. Você pode imaginá-lo como um cão unicelular que vive pulando de hospedeiro em hospedeiro há 10.000 anos. Sabe-se que os tumores atuais têm todos um ancestral comum de alguns séculos atrás.
(Fico imaginando a questão bioética que surgiria se uma doença assim aparecesse na raça humana: afinal, a célula parasita, sendo geneticamente humana e distinta do hospedeiro, deveria ser considerada uma pessoa? Eu acho que não, mas...)
O artigo na Science diz que uma das estratégias usadas pelo tumor para sobreviver envolve a captura de mitocôndrias do hospedeiro. Mitocôndrias são estruturas que produzem energia para a célula, e têm um DNA próprio -- cientistas acreditam que no passado elas eram uma forma de vida à parte, que acabou assimilada às células que viriam a evoluir nos seres pluricelulares (peixes, mosquitos, cães, gatos, você) há mais ou menos 2 bilhões de anos.
Os autores do novo artigo, do University College London, chegaram a essa conclusão notando alguns casos de forte semelhança entre o DNA mitocondrial do tumor e o do cão hospedeiro, enquanto que o material genético do núcleo da célula do câncer mantinha-se livre de parentesco com o do anfitrião.
Para além da curiosidade, é possível que a mesma tática seja usada por outros tipos de câncer, inclusive as variedades humanas.
(A imagem no alto da postagem mostra uma colônia de totozinhos milenares)
A natureza é muito louca, e tem gente procurando "mais" no misticismo, religião...
ResponderExcluirCada dia que eu vivo e estudo as ciências naturais mais eu me surpreendo!
Já pensou? Pegamos o DNA deste bicho, implantamos em um óvulo canino viável e inseminamos em uma cadela. O que teríamos? Um cãocer? (perdão pelo trocadilho infame...
ResponderExcluirKKKKKKKKKK,valeu Alonso....hilário seu comentário!!!!
ResponderExcluirEsbae